Com crescimento abaixo de emergentes e desafios estruturais, o Brasil busca soluções para aumentar a produtividade e manter a competitividade global.


Nas últimas quatro décadas, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Brasil apresentou um crescimento acumulado de 62% quando ajustado pela Paridade do Poder de Compra (PPC). Este desempenho posiciona o país como o oitavo pior entre as nações do G20 no período de 1985 a 2025. No intervalo mais recente, de 2015 a 2024, o crescimento do PIB per capita brasileiro foi de apenas 2,2%, o pior desempenho das últimas quatro décadas, ficando atrás de países como México e quase todos os integrantes do BRICS, exceto a África do Sul.
O PIB per capita é um indicador que divide o PIB pelo número de habitantes, sendo utilizado para medir o padrão de vida da população. Em 1985, com a redemocratização, havia grandes expectativas em relação ao potencial econômico do Brasil, país de dimensões continentais e maior economia da América Latina. Contudo, nas últimas quatro décadas, o país não conseguiu sustentar taxas robustas de crescimento. Atualmente, enfrenta o desafio de aumentar a produtividade em meio a um cenário de envelhecimento populacional.
O crescimento de 62% no PIB per capita do Brasil de 1985 a 2025 ficou abaixo do registrado por países como Estados Unidos, Holanda, Reino Unido, Japão, Alemanha e França. No entanto, superou o desempenho de nações como Canadá, Itália, Rússia, Argentina, México e Arábia Saudita.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que, até 2051, o número de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) superará o de contribuintes da Previdência Social. O bônus demográfico — período em que a proporção da população em idade ativa (15 a 64 anos) é maior em relação à de jovens até 14 anos e idosos — está se esgotando. O Brasil está envelhecendo e não tem produzido o suficiente para compensar a futura redução da população economicamente ativa.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB per capita do Brasil em 2024 atingiu R$ 55.247,45, um recorde na série histórica iniciada em 1996. Apesar desse marco, o crescimento econômico do país foi inferior ao de outras nações emergentes. Em 1982, o PIB nominal do Brasil era de US$ 271,3 bilhões, enquanto o da China era de US$ 205,1 bilhões e o da Índia, US$ 207 bilhões. Atualmente, o PIB brasileiro representa apenas 12% do PIB chinês e 56% do PIB indiano.


Economistas apontam que a hiperinflação no final dos anos 1980 e início dos anos 1990 contribuiu para a desaceleração econômica do Brasil, resultando em uma significativa concentração de renda. Para reverter esse cenário, é fundamental que o país implemente políticas que estimulem a produtividade e o crescimento sustentável, visando melhorar o padrão de vida da população e reduzir as desigualdades sociais.
De 2015 a 2024, o crescimento acumulado do PIB per capita brasileiro foi de 2,2%, o pior desempenho das últimas quatro décadas, ficando atrás de países como México e de quase todos os membros do BRICS, com exceção da África do Sul.
Projeções para 2025 indicam que o Brasil continuará a enfrentar desafios econômicos. O Banco Mundial mantém a previsão de crescimento do PIB brasileiro em 2,2% para 2025, uma desaceleração em relação aos 3,2% estimados para 2024.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projeta um crescimento de 2,4% para o PIB brasileiro em 2025, ligeiramente acima da média regional.
Essas projeções ressaltam a necessidade de reformas estruturais e políticas públicas eficazes para impulsionar o crescimento econômico e a produtividade no Brasil, visando melhorar o padrão de vida da população e recuperar a competitividade no cenário internacional.
Com informações Poder 360