O dólar fechou a segunda-feira (03/02) registrando a 11ª queda consecutiva da moeda norte-americana.
Após iniciar o dia em alta, cotado a R$ 5,87, o dólar perdeu força em reação à suspensão pelos Estados Unidos da elevação da taxação de produtos mexicanos. Segundo a colunista Marta Sfredo, a guerra comercial promovida por Donald Trump é o principal motivo para a oscilação no valor do dólar nesta segunda-feira. A Casa Branca confirmou na sexta-feira a implementação de imposto de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá e 10% sobre importados da China.
Após os países reagirem com medidas tarifárias e não tarifárias, a moeda registrou alta durante a manhã, chegando a ser cotada em R$ 5,90. No entanto, com a sinalização da presidente mexicana sobre um acordo com os EUA, a cotação recuou.
Valor do dólar atualizado
Dólar comercial: R$ 5,80
Máxima dólar comercial: R$ 5,90
Projeção em 2025
Em dezembro, o valor nominal da moeda em relação ao real atingiu o seu recorde histórico, chegando à marca de R$ 6,26.
O crescimento do valor do dólar em 2024 foi o maior desde 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19.
De acordo com especialistas, boa parte dos fatores que levaram ao crescimento do dólar no ano passado devem se manter em 2025. Em sua maioria, acreditam que a cotação da moeda deve se estabilizar neste patamar mais elevado, mas projetam pelo menos uma leve queda no valor nominal.
O que tende a ficar mais caro com o dólar alto?
Com a moeda americana em alta, itens consumidos na rotina dos brasileiros tendem a subir de preço diante do aumento de custos na produção e importação. O efeito pode ir desde gasolina, pão e café mais caros até dificuldade para concretizar viagens internacionais. Com preços mais altos dentro da economia do país, a inflação tende a acelerar, segundo especialistas.
Na prática, o dólar mais alto costuma ter um primeiro efeito na produção. Em seguida, com a necessidade de repassar parte do aumento de custos, os consumidores enfrentam valores mais altos no varejo. Com isso, a inflação segue persistente.
O economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), afirma que o câmbio pressiona o preço de itens comercializados mundialmente, que podem ser importados ou exportados.
“É uma questão que pode ganhar cada vez mais impulso à medida que o câmbio vem batendo novos recordes e se consolidando em patamar cada vez mais alto. À medida que o tempo passa, as transações comerciais vão acontecendo com uma nova taxa de câmbio e isso vai sendo repassado gradualmente para os preços”, destacou o economista.
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