O mercado financeiro brasileiro iniciou a última semana de março de 2025 com o dólar à vista cotado a R$ 5,75, registrando uma alta de 0,61% na sessão desta segunda-feira (24/03).

Este movimento ocorreu após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e novas ameaças de tarifas por parte do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No início do pregão, o dólar apresentou uma leve queda, refletindo a desvalorização da moeda americana frente a outras divisas emergentes, impulsionada pelos ganhos no petróleo e no minério de ferro no mercado internacional. Contudo, ainda pela manhã, a moeda norte-americana reverteu a tendência e passou a subir em relação ao real, encerrando o dia com alta de 0,61%, cotada a R$ 5,7524.
No cenário externo, o apetite ao risco prevaleceu após assessores de Donald Trump indicarem que as tarifas recíprocas, previstas para serem anunciadas em 2 de abril, seriam mais direcionadas do que inicialmente cogitado. Em Nova York, os principais índices acionários registraram ganhos significativos: Dow Jones subiu 1,42%, S&P 500 avançou 1,76% e Nasdaq teve alta de 2,27%.
Apesar das incertezas, o dólar acumula uma queda superior a 8% em 2025. Analistas questionam se a cotação atual se manterá, destacando que preocupações com o cenário fiscal brasileiro podem limitar uma valorização mais expressiva do real. Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio, ressalta que “a tramitação de medidas econômicas no Congresso, bem como eventuais sinalizações do governo sobre controle de gastos, continuarão sendo fatores determinantes para o desempenho dos ativos locais”.
O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (24/03) trouxe uma redução na projeção para o dólar ao final de 2025, passando de R$ 5,98 para R$ 5,95. Há um mês, a estimativa era de R$ 5,99. As projeções para 2026 e 2027 permaneceram inalteradas em R$ 6,00 e R$ 5,90, respectivamente.
Além disso, o mercado financeiro manteve a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,01% para 2025. Para 2026, a expectativa é de um crescimento de 1,7%, conforme divulgado no Boletim Focus. A taxa básica de juros, Selic, também permaneceu estável na projeção de 15% ao ano para 2025.
No cenário internacional, o Banco Central Europeu (BCE) realizou o quinto corte consecutivo em suas taxas de juros, reduzindo-as em 25 pontos base, para 2,50%, em resposta à desaceleração econômica na zona do euro e às ameaças de tarifas por parte dos Estados Unidos.
Diante desse panorama, investidores permanecem atentos às movimentações políticas e econômicas, tanto no âmbito doméstico quanto internacional, que podem influenciar as tendências do mercado financeiro nos próximos dias.