Especialistas discutem o potencial da Rota Bioceânica para transformar Dourados em um hub logístico estratégico, conectando o Brasil ao Oceano Pacífico.
O impacto da Rota Bioceânica na economia de Dourados foi o foco da 4ª Conexão para Transformar o Território da Grande Dourados, realizada no Sebrae. O evento, promovido pela Agência de Desenvolvimento ‘Celeiro do MS’, destacou as oportunidades de negócios que a nova rota, que liga o Brasil ao Oceano Pacífico através do Paraguai, Argentina e Chile, pode trazer.
Com a expectativa de crescimento no setor logístico, prevê-se que grandes empresas se estabeleçam na região, facilitando o escoamento da produção agrícola e impulsionando a industrialização. Além disso, a nova rota abre portas para o comércio internacional, conectando Mato Grosso do Sul a mercados estratégicos, especialmente na Ásia, com foco na China.
Empresários, representantes do setor público e especialistas participaram das discussões, ressaltando os benefícios que o novo corredor logístico pode proporcionar ao desenvolvimento local. Os especialistas enfatizaram que a infraestrutura das rodovias está sendo aprimorada, com a previsão de que a ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho, uma peça-chave para a viabilização da rota, seja concluída em 2026.
A partir desse marco, espera-se que o fluxo comercial pela nova conexão se intensifique, consolidando a região como um polo logístico estratégico.
Rodrigo Jeferson Trambuch, presidente da Agência de Desenvolvimento Celeiro MS, afirmo que o objetivo do encontro é preparar o setor empresarial local para as novas oportunidades que surgirão com o corredor logístico, uma vez que a rodovia BR-267, que integra a Rota Bioceânica em Mato Grosso do Sul, conecta Maracaju à BR-163, passando por cidades-chave para a economia estadual, como Dourados.
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Oportunidades Internacionais
Fábio Roberto Cordeiro, gestor de negócios internacionais da Corporación Regional de Desarrollo Tarapacá, do Chile, foi um dos convidados do evento e apresentou as possibilidades de comércio internacional que a Rota Bioceânica pode oferecer.
Ele destacou que a região de Tarapacá possui um ecossistema logístico consolidado, com aeroporto internacional, porto e a Zona Franca de Iquique, que abriga mais de 2 mil empresas, sendo mais de 50% delas estrangeiras, com 30% de origem chinesa. Cordeiro ressaltou que, até o momento, não há empresas brasileiras na Zona Franca, o que representa uma grande oportunidade para a expansão dos negócios brasileiros.
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Infraestrutura e Prazos para a Rota Bioceânica
A delegada da Comissão de Logística e Obras Públicas da Rota Bioceânica, Rafaela Capelari, discutiu os desafios logísticos e o cronograma do projeto. Ela acredita que a Grande Dourados pode se tornar um importante polo de logística e infraestrutura. “Temos muito a explorar nesse setor, especialmente com Dourados se consolidando como um hub logístico”, afirmou.
Sobre a previsão de funcionamento pleno da rota, Rafaela explicou que o prazo ainda é incerto, dependendo de diversos fatores. A conclusão da ponte sobre o Rio Paraguai está prevista para 2026, e a partir daí as operações começarão a se estruturar, embora ainda sejam necessários ajustes logísticos e processos aduaneiros.
Ela também destacou que o Governo de Mato Grosso do Sul está investindo na melhoria da infraestrutura viária para garantir um escoamento mais eficiente da produção estadual. “Estamos trabalhando para que as rodovias do Estado estejam preparadas para essa nova realidade”, finalizou Rafaela.
Fotos Clara Medeiros/Dourados News