Devido à sua idade extremamente jovem, o macaco-prego exige atenção especializada, como alimentação com mamadeira a cada duas horas e aquecimento constante
Um filhote de macaco-prego foi recebido no Hospital de Animais Silvestres Ayty após ser resgatado das cinzas de um incêndio florestal no último dia 13, na região pantaneira do Salobra, em Miranda. O resgate foi feito por equipes do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) e do Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal) durante monitoramento das áreas afetadas pelas chamas que atingem o Pantanal.
O pequeno sobrevivente foi batizado Fênix, uma simbólica referência ao pássaro mitológico que renasce das cinzas. Assim o filhote de macaco se torna um símbolo de esperança. Após ser encontrado, Fênix foi tratado pela equipe da base de Miranda até o dia 16, quando foi transferido para o Ayty, localizado nas dependências do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande, para cuidados mais intensivos.
Devido à sua idade extremamente jovem, o macaco-prego exige atenção especializada, como alimentação com mamadeira a cada duas horas e aquecimento constante, características de cuidados semelhantes aos de um bebê humano. Ele também está sendo estimulado a defecar e urinar, e está em um local aquecido.
A equipe de veterinários do CRAS continua o tratamento iniciado pelos profissionais do Gretap e da Operação Arca de Noé, do Ibama, com foco na recuperação do animal. As equipes seguem monitorando áreas devastadas, prestando socorro e reforçando o compromisso com a preservação da biodiversidade no Pantanal.
Agora sob os cuidados do CRAS, Fênix vem mostrando sinais de recuperação a cada dia. “O cuidado com animais silvestres é extremamente delicado e exige muita atenção. Eles são muito sensíveis. Estamos alimentando o macaco de duas em duas horas. Ele foi encontrado ainda com o cordão umbilical, um bebe ainda”, comentou a gestora do hospital, Aline Duarte.
O Ayty, que está inserido na estrutura do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), é uma das mais modernas e completas estruturas dedicadas ao atendimento da fauna no Brasil. Com uma área construída de 1.153,33 m², o espaço foi projetado para oferecer um ambiente funcional e equipado para atender as diversas necessidades dos animais resgatados.
Este período do ano é considerado o mais crítico em relação aos incêndios florestais, intensificados pelas condições climáticas e, infelizmente, por ações humanas. Desde maio, o Estado impôs a proibição total de queimadas, com todas as autorizações suspensas. Nenhum produtor rural, indústria ou cidadão está autorizado a realizar queimadas. A proibição busca conter os danos causados ao meio ambiente e proteger a biodiversidade.