Reforma do Teatro José Octávio Guizzo sofre novo atraso e gera polêmica sobre uso de verba da Lei Aldir Blanc
Obras no espaço cultural são adiadas e recursos destinados à cultura são direcionados para reforma de prédio público, gerando revolta entre artistas.
A reforma do histórico Teatro José Octávio Guizzo, anexo ao Paço Municipal de Campo Grande, enfrenta mais um obstáculo. A obra, que já havia sido anunciada em agosto de 2022, sofreu um novo adiamento de oito meses, com a conclusão prevista apenas para abril de 2025. A decisão, publicada no Diário Oficial, gerou frustração entre os amantes da cultura e uma polêmica ainda maior em torno da destinação dos recursos da Lei Aldir Blanc.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos justificou o atraso na reforma alegando a necessidade de reprogramação do projeto para melhorias na impermeabilização da cobertura, troca do sistema de ar condicionado e esquadrias. A revitalização do teatro, que já havia passado por duas reformas anteriores, prevê a troca de poltronas, forro, ampliação do palco, além de adaptações para garantir a acessibilidade.
Entretanto, a decisão de utilizar parte dos recursos da Lei Aldir Blanc, destinados a auxiliar artistas e produtores culturais afetados pela pandemia, para a aquisição de mobiliário para o Teatro José Octávio Guizzo e outro espaço cultural, gerou grande insatisfação entre a classe artística. Representantes do Fórum Municipal de Cultura argumentaram que o uso da verba para reforma de prédios públicos é ilegal e fere o espírito da lei, que visa o apoio direto aos profissionais da cultura.
A pressão dos artistas levou à retirada do projeto que previa a realocação dos recursos da Lei Aldir Blanc. No entanto, a polêmica permanece e levanta questionamentos sobre a gestão dos recursos públicos destinados à cultura em Campo Grande.
O novo adiamento da reforma do Teatro José Octávio Guizzo e a polêmica em torno da destinação dos recursos da Lei Aldir Blanc evidenciam a necessidade de um debate mais aprofundado sobre as políticas culturais em Campo Grande. A comunidade artística espera que a prefeitura encontre soluções para agilizar as obras do teatro e garanta que os recursos destinados à cultura sejam utilizados de forma transparente e eficiente, beneficiando diretamente os artistas e produtores culturais da cidade.