A penúria de quem mora em Campo Grande durante qualquer chuva é uma novela da vida real, antiga e de capítulos repetidos. Na cidade e nos bairros as inundações são inevitáveis, dada à falta de manutenção e outros investimentos que cabem à Prefeitura Municipal.
Ontem (quinta-feira, 11) a chuva que caiu poderia ter feito estragos bem menores se os gestores Marquinhos Trad e Adriane Lopes tivessem feito suas obrigações. Infelizmente, ambos deram prioridade no uso das verbas publicas para fins eleitoreiros, deixando de investir em eficientes sistemas de controle e escoamento de águas pluviais.
A própria população fez questão de documentar os danos causados pela enxurrada de águas de chuva e incompetência, como demonstram os vídeos amadores.
TRANSTORNOS
Na Base 2 do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) da Coronel Antonino, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Publicos em Enfermagem, Ângelo Macedo, filmou os transtornos dos pacientes que o encontraram alagado. Recentemente a UPA do Leblon teve a sala de Hidratação também inundada, com goteiras. “Na capital não pode chover. As UPAs e seus profissionais se submetem a estas condições de trabalho. A saúde e os serviços de urgência estão na UTI. E a atual gestão vive dizendo que esta é a cidade das oportunidades”.
CARROS OU CANOAS
Moradores e usuários das vias publicas do Riviera Park ficaram entre a ironia e a revolta assistindo, impotentes, os danos que a chuva fazia na região. Na Avenida Afluente – um nome mais que apropriado – as águas desciam tomando conta dos dois lados da pista e obrigando os motoristas a parar o veículo por precaução. Várias pessoas disseram que bueiros entupidos e mal dimensionados agravam o impacto das chuvas. E gravaram vídeos em “homenagem” à prefeita.
PROMESSAS VAZIAS
Em outros bairros a população, bastante indignada, lembrava de promessas nunca cumpridas e fazia questão de destacar que a irresponsabilidade é fruto de duas gestões em uma só. “A quadra que temos aqui está coberta de uma água que veio da rua. E esta quadra não está abaixo do nível da rua. A água subiu porque não tem contenção nem escoamento. Mas não é só a prefeita. O antecessor dela (Marquinhos Trad) também prometeu e não cumpriu, como fez com a história dos ônibus com ar condicionado que até hoje ninguém viu”, protestou um morador.
