MP aditou a denúncia após análise de exame necroscópico que revelou detalhes de crime cruel
Exame necroscópico detalhado entregue só depois da conclusão da investigação e oferecimento da denúncia contra trio acusado de matar o jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19, mostra que o crime foi mais cruel do que se imaginava. A vítima não morreu com o tiro que levou na cabeça, ainda na casa da ex-namorada, Rubia Joice de Oliver Luivisetto, de 22 anos, mas por hemorragia, provocada pelas 25 facadas (ao menos) encontradas nas partes do corpo localizadas no Rio Iguatemi. Também são réus pelo assassinato Danilo Alves Vieira da Silva e Cleiton Torres Vobeto.
Assinado por 3 médicos do laudo legistas do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) de Amambai, no dia 30 de agosto do ano passado – diz que Skulny morreu “em virtude de hemorragia aguda por ação perfuro cortante”. Além disso, uma das costelas do atleta foi quebrada – o exame não detalha em que momento.
O corpo foi esquartejado após a morte e nem todas as partes foram encontradas, mas ferimentos foram encontrados no tórax, região pélvica, antebraço direito e até em uma das pernas.
Noemi Matos de Oliver e Patrick Eduardo do Nascimento, mãe e padrasto de Rúbia também são réus por fraude processual.
Conforme o laudo entregue em setembro de 2023, Hugo morreu por “hemorragia aguda por ação perfuro cortante”, visto que o jogador sofreu 25 facadas e ainda teve uma das costelas quebrada.
O corpo do jogador foi esquartejado e jogado no Rio Iguatemi, sendo que algumas partes ainda não foram encontradas. Os médicos que realizaram o exame de corpo de delito encontraram ferimentos no tórax, antebraço, região pélvica e em uma das pernas.
Para a acusação, Hugo Skulny foi atraído até o local onde levou o tiro pela ex-namorada, Rubia Joice de Oliver Luvisetto, 22, e Danilo Alves Vieira da Silva, 20 anos, o “ficante” dela atirou contra o rival. Ainda vivo, o jogador foi levado até o sítio que pertence à família de Danilo, na picape de Rubia, com ajuda do amigo dela, Cleiton Torres Vobeto, 22, o “Maninho”, onde foi golpeado com facão.
“Notaram que o ofendido, apesar de abatido, ainda estava vivo. Ato contínuo, os denunciados Cleiton e Danilo apossaram-se de um facão e desferiram golpes na região torácica do vitimado, causando-lhe as lesões verificadas no laudo necroscópico de fls. 662-732, que foram a causa eficiente da morte”, afirma o promotor de Sete Quedas, Fábio Adalberto Cardoso de Morais, em aditamento à denúncia.
Hugo foi atraído até a casa de Rubia, onde encontrou o trio e Danilo sacou uma arma de fogo e efetuou disparo, fazendo com que o jogador caísse. Cleiton verificou que Hugo ainda respirava, então Rúbia buscou as chaves do veículo enquanto ele e Danilo deviam colocar a vítima na carroceria da picape.
Os dois levaram a vítima até a propriedade rural da família de Danilo, na rodovia MS-160, entre Sete Quedas e Tacuru, onde colocaram Hugo no chão. Quando percebeu que, apesar de abatido, ele ainda estava vivo a dupla pegou um facão e desferiu golpes na região do tórax, matando-o.
O corpo foi atirado no rio, mas dias depois Danilo voltou ao local e o percebeu visível, ainda conforme a teoria acusatória. “Posteriormente, entre os dias 25 de junho e 1º de julho, o denunciado Danilo retornou ao sítio de propriedade de sua família e, utilizando-se deum barco com motor, notou que o cadáver de Hugo estava visível. Então, retirou o corpo do Rio Iguatemi e, utilizando-se de uma máquina serra fita, mutilou o cadáver em diversos pedaços menores, conforme a perícia realizada (fls. 207-234, 662-732 e260-265), tendo atirado os restos mortais outra vez no Rio Iguatemi”, também narra o promotor.
O rapaz também acusou o amigo de Rubia, Cleiton Torres Vobeto, 22, conhecido como “Maninho”, dizendo que foi ideia dele o esquartejamento, depois que tentaram jogar o corpo no rio e perceberam que ele não afundaria.
Rubia Joice nega que tenha participação ativa no crime, dizendo que somente limpou o sangue da casa, sendo ameaçada por Danilo se o denunciasse. “Maninho” também alega ter agido sob ameaça. Foi o depoimento dele que levou a polícia ao local onde o corpo foi esquartejado.