Adrían Florentin, 30, apontado como um dos invasores, levou tiro no peito e morreu. O segurança Seferiano Silvero, 45, foi assassinado e teve o corpo queimado dentro de um veículo
O incidente ocorrido na fronteira entre o Paraguai e o Mato Grosso do Sul resultou em um confronto fatal entre um grupo de campesinos que tentavam ocupar uma fazenda e os seguranças da propriedade. A troca de tiros levou à morte de um trabalhador rural e de um segurança, além do sequestro e ferimento de outro segurança.
O evento se enquadra em um contexto mais amplo de conflitos agrários, um problema persistente em diversas regiões do mundo, incluindo a América Latina. A disputa por terras, motivada por questões sociais, econômicas e históricas, frequentemente gera tensões e violência. O confronto ocorreu na Agropecuária San Ignacio, a 15 km do perímetro urbano de Simón Bolívar, povoado a 150 km do território sul-mato-grossense.
De acordo com a Polícia Nacional, o grupo de campesinos tentou ocupar parte da propriedade, mas enfrentou resistência dos seguranças. Houve intensa troca de tiros.
Adrían Florentin, 30, apontado como um dos invasores, levou tiro no peito e morreu. O segurança Seferiano Silvero, 45, foi assassinado e teve o corpo queimado dentro de um veículo.
Ainda segundo informações policiais, outro segurança, identificado como Junior Cohene, 23, foi sequestrado pelos invasores e libertado horas depois com ferimento de tiro no braço. Ele segue hospitalizado.
O pai de Seferiano, que também atua como guarda em fazendas da região, disse que a propriedade onde trabalha, no distrito de Capiibary, também sofreu tentativa de ocupação no mesmo horário, mas ninguém ficou ferido. Povoados vizinhos, Capiibary fica no departamento de San Pedro e Simón Bolívar no departamento de Caaguazú.
Nesta sexta-feira (16), os promotores de Justiça responsáveis pelas investigações informaram que três suspeitos de encabeçar as invasões estão presos e outros já identificados.
A informação de que os invasores tinham líderes e que um brasileiro foi recrutado para participar da ação indica um certo grau de organização por parte do grupo. Isso sugere que a ocupação da fazenda não foi um ato isolado, mas parte de uma estratégia mais ampla.
A escalada da violência, com a morte de duas pessoas e o sequestro de outra, demonstra a gravidade da situação. A utilização de armas de fogo e a queima do corpo de uma das vítimas são atos extremos que exigem uma investigação aprofundada.
A tentativa de ocupação de outras propriedades na região indica que o problema não se restringe a uma única fazenda. A insegurança gerada por esses conflitos pode afetar a vida de comunidades inteiras e prejudicar a atividade econômica da região.
A ocorrência do confronto em uma área de fronteira adiciona um elemento de complexidade à situação, pois envolve questões relacionadas à cooperação entre os dois países.