Jair confessou o crime e alegou que vinha sendo pressionado por Marlene para conseguir um emprego. A vítima teria saído de casa sem dar satisfação e, ao retornar, iniciou uma discussão com o marido
A insegurança causada pelo desemprego e um surto de ciúmes levaram Jair da Conceição, de 51 anos, a assassinar brutalmente sua esposa, Marlene Salete Mees, de 54 anos, com nove facadas, na frente da filha de 11 anos, em Amambai. O crime ocorreu na noite de segunda-feira (23) e chocou a cidade.
Em depoimento à polícia, Jair confessou o crime e alegou que vinha sendo pressionado por Marlene para conseguir um emprego. A vítima teria saído de casa sem dar satisfação e, ao retornar, iniciou uma discussão com o marido.
Segundo o delegado Guilherme Tiago de Andrade, a versão de Jair de que a esposa teria tentado agredi-lo com uma faca não é crível, considerando as evidências encontradas no local do crime. A polícia acredita que a motivação do crime seja uma combinação de fatores, incluindo a insegurança do acusado devido ao desemprego e um surto de ciúmes.
O caso de Marlene se soma a uma série de feminicídios registrados em Mato Grosso do Sul neste ano. No domingo (22), Mariana Agostinho Defensor, de 32 anos, foi morta com 58 facadas pelo marido, Jailton Pereira dos Santos, 33 anos, após uma discussão.
O caso
A menina, filha de Marlene, estava na casa junto com outras duas crianças de 9 anos, filhas de Jair. Ela acionou a Polícia Militar informando que viu a mãe ser esfaqueada e, na sequência, Jair se trancou no quarto com a vítima. Quando os policiais chegaram, encontraram a filha de Marlene na rua, esperando a viatura.
Ao chegarem na porta do quarto, que estava trancada, os policiais ouviram gritos de socorro de Marlene e então forçaram a porta para entrar. Neste momento, encontraram a vítima ferida em cima da cama e implorando por socorro. No chão havia grande quantidade de sangue. Jair estava sentado e encostado na parede, com duas perfurações de faca no tórax.
Segundo o boletim de ocorrência, ele segurava a faca contra o próprio pescoço e por vezes contra o abdômen, afirmando que iria se matar. Após tentativas de negociação para que ele largasse a faca e permitisse a entrada do Corpo de Bombeiros, o homem relutava. “Não entra não que vai dar ruim, vou me matar”, dizia Jair.
Os policiais precisaram efetuar tiro de elastômero na mão direita de Jair, o que fez com que a lâmina se afastasse. Os PMs, então, conseguiram entrar no quarto e imobilizaram o assassino. Os bombeiros conseguiram entrar no cômodo, mas não houve tempo de salvar Marlene, que morreu no local.