Em Mato Grosso do Sul, a renda média da população mais rica é 57,6 vezes maior do que a população mais pobre, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme a pesquisa, 1% da população é considerada mais rica, com renda média de trabalho de R$ 26.995,00 por mês.
Na outra ponta, a população mais pobre, correspondente a 10%, recebe mensalmente R$ 468,50.
O estudo é referente aos rendimentos provenientes de todos os trabalhos e de outras fontes das pessoas residentes no Estado, referentes ao ano de 2021.
Ainda segundo a pesquisa, a desigualdade medida pelo Índice de Gini, que mede distribuição, concentração e desigualdade econômica, atingiu o maior índice desde 2013 no Estado.
No ano de comparação, em 2013, o índice era de 0,456 e foi para 0,459 no ano passado.
O Índice de Gini é um instrumento para medir o grau de concentração de renda, apontando a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.
O índice varia de zero a um, sendo que zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. Já o um representa o extremo da desigualdade, ou seja, uma só pessoa detém toda a riqueza.
Conforme o IBGE, apesar da pandemia de Covid-19 e a redução brusca de ocupação, a desigualdade do rendimento do trabalho em 2021 foi maior que o registrado em 2020 (0,446).
“A pandemia afetou muito o mercado de trabalho em 2020 por causa do isolamento social que teve que ser feito para frear a pandemia. Então, o mercado de trabalho perdeu muita ocupação. O mercado de trabalho está retomando, mas o ritmo ainda está menor do que o de 2019”, diz a analista da pesquisa Alessandra Scalioni Brito.
Menor renda média em 15 anos
Mato Grosso do sul tem o menor rendimento médio de todas as fontes desde 2016.
No ano passado, a renda média mensal do trabalhador foi de R$ 2.398, enquanto em 2016 era de R$ 2.464, redução de 2,7%.
Na comparação com o rendimento médio registrado em 2019 (R$ 2.663,00), a redução é ainda maior, de 9,9%.
O percentual de pessoas com algum rendimento no estado, de qualquer tipo, na população do país também caiu: de 61% para 59,8%, retornando ao percentual de 2012, o menor da série.
O IBGE considera no levantamento os rendimentos provenientes de trabalhos; de aposentadoria e pensão; de aluguel e arrendamento; de pensão alimentícia, doação e mesada de não morador; além de outros rendimentos.
No Brasil, o rendimento médio dos brasileiros caiu para o menor patamar registrado desde 2012.
De acordo com o IBGE, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita em 2021 foi de R$ 1.353.
Em 2012, primeiro ano da série histórica da pesquisa, esse rendimento era o equivalente a R$ 1.417. Em 2020, no primeiro ano de pandemia, era de R$ 1.454.