Moeda norte-americana sobe e ultrapassa novamente os R$ 5,70, refletindo tensões comerciais entre EUA e principais parceiros.
Em um dia sem grandes novidades no cenário econômico interno, o dólar registrou alta frente ao real nesta quarta-feira, superando novamente os R$ 5,70. O movimento acompanhou a valorização da moeda norte-americana no mercado internacional, impulsionada por novas ameaças de tarifas comerciais feitas pelos Estados Unidos.
O dólar à vista fechou com alta de 0,65%, cotado a R$ 5,7258, após ter registrado na véspera a menor cotação de encerramento do ano, em R$ 5,6887. No acumulado de 2025, a moeda apresenta uma desvalorização de 7,33%.
Cotações do dólar no fechamento de quarta-feira (19/02):
Dólar comercial
Compra: R$ 5,725
Venda: R$ 5,725
Dólar turismo
Compra: R$ 5,743
Venda: R$ 5,923
Fatores que impulsionaram a alta do dólar
Na noite de terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou sua intenção de impor tarifas de aproximadamente 25% sobre automóveis e medidas semelhantes sobre semicondutores e produtos farmacêuticos. Na sexta-feira anterior, Trump já havia declarado que as tarifas para o setor automotivo entrariam em vigor no dia 2 de abril.
A possibilidade de intensificação da guerra comercial trouxe preocupações quanto à inflação nos Estados Unidos, o que poderia levar a aumentos nos juros e, consequentemente, fortalecer ainda mais o dólar. No Brasil, a moeda norte-americana atingiu sua cotação máxima de R$ 5,7334 (+0,79%) às 10h04 da quarta-feira (19/02).
Entretanto, ao longo da manhã, as cotações perderam força e chegaram a recuar no início da tarde. Por volta das 12h38, o dólar à vista marcou a menor cotação do dia, em R$ 5,6829 (-0,10%).
Um operador ouvido pela Reuters destacou que a volatilidade do câmbio foi influenciada por uma grande operação realizada por um investidor estrangeiro no mercado futuro, que comprou um grande volume de dólares no início da sessão e os vendeu posteriormente. Após a conclusão da operação, a moeda voltou a subir, acompanhando o cenário internacional.
No mercado brasileiro, alguns investidores aproveitaram as recentes quedas do dólar para recomprar a moeda, movimento alinhado à realização de lucros observada nos mercados de ações e de Depósitos Interfinanceiros (DIs).
Na manhã de quarta-feira, o Banco Central vendeu 15.000 contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1º de abril de 2025. Além disso, à tarde, a autoridade monetária divulgou que o Brasil registrou um fluxo cambial total negativo de US$ 2,335 bilhões em fevereiro até o dia 14, com saída de US$ 1,628 bilhão pela via financeira e de US$ 707 milhões pela via comercial.
Por volta das 17h12, o índice do dólar =USD, que mede o desempenho da moeda norte-americana em relação a uma cesta de seis divisas, apresentava alta de 0,17%, atingindo 107,180 pontos.
Com informações da Reuters.