A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) está recomendando aos membros da Corte a abertura de um processo para averiguar a conduta do ministro da Defesa, general Braga Netto, no combate à covid-19, quando comandou a Casa Civil e coordenou o Comitê de Crise do Palácio do Planalto. O documento aponta “graves omissões” do general, entre as quais a de “não ter contribuído, da forma que seria, para a preservação de vidas”.
O relator do processo é o ministro Vital do Rêgo. A eventual abertura do processo de representação pode ampliar o cerco aos erros do governo na gestão da pandemia, que já deverão ser esmiuçados pela CPI da Covid, no Senado. Além disso, aprofundaria mais o desgaste do presidente Jair Bolsonaro, porque investigaria a atuação de mais um dos militares de seu núcleo diretamente envolvido no enfrentamento da principal crise do Brasil.
Na Casa Civil, Braga Netto foi designado para coordenar o Comitê de Crise da pandemia. Entre suas atribuições estavam as de articular e monitorar as ações governamentais, bem como assessorar o presidente na pandemia. É no desempenho dessas atribuições que os auditores identificaram falhas. O TCU mira outro militar, o coordenador do comitê e subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Heitor de Abreu. Para os técnicos, ele também não contribuiu “da forma esperada para a preservação de vidas”.