André Puccinelli (PMDB), ex-governador de Mato Grosso do Sul, foi levado para a Polícia Federal durante a 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, chamada de Papiros de Lama. Policiais federais, integrantes da CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal vasculharam o apartamento de Puccinelli desde as 6 horas.
O ex-chefe do Executivo é o principal alvo desta fase. O filho dele, André Puccinelli Junior, também é investigado e foi levado para Polícia Federal mais cedo. Puccinelli deixou seu apartamento por volta das 8h15 dentro da viatura da PF, sem falar com a imprensa.
Conforme a PF, a operação tem como alvo uma organização criminosa que teria causado R$ 235 milhões em prejuízos aos cofres públicos. Há dois mandados de prisão, que seriam destinados ao pai e filho.
Todos os detalhes devem ser revelados durante coletiva de imprensa na PF, às 10 horas.
As medidas estão sendo cumpridas em Campo Grande, Nioaque, Aquidauana e São Paulo (SP), com a participação de mais de 300 policiais federais, servidores da CGU (Controladoria Geral da União) e servidores da Receita Federal.
Na fase anterior, André Puccinelli também tinha sido alvo da operação, quando foram tomadas medidas protetivas diversas à prisão. Na ocasião foi arbitrada uma fiança de R$ 1 milhão e estipulado o uso de tornozeleira eletrônica para monitoramento do ex-governador.
Policiais federais também cumprem seis mandados de condução coercitiva, 24 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas.
LAMA ASFÁLTICA
A quarta fase da Operação Lama Asfáltica foi deflagrada no dia 11 de maio. A Polícia Federal saiu às ruas de Campo Grande e mais cinco cidades para prender três pessoas, levar outras nove para depor e vasculhar 32 endereços em busca de provas contra organização criminosa investigada por desvio de dinheiro público.
A Lama Asfáltica, deflagrada em 2015 com base em investigações que começaram em 2013 e sobre o período de 2011 a 2014, apurou que a organização criminosa causou prejuízo de aproximadamente R$ 150 milhões aos cofres públicos, por meio de fraudes de licitações, desvio e lavagem de dinheiro.
A quarta etapa da operação foi batizada de Máquinas de Lama porque investigadores apuraram que parte dos pagamentos de propina era feito por meio do aluguel de maquinário. Outras fases foram nomeadas Fazendas de Lama e Aviões de Lama.