Houve interessados em comprar, mas nunca houve interesse em vender. Com essa afirmação o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) negou qualquer articulação para privatizar a Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul). “O que eu sempre quis, e isso está sendo realizado, é fortalecer a empresa, que hoje é uma das mais bem-sucedidas estatais do País”, assinalou o governador.
Candidato à reeleição, Azambuja afirmou que se conquistar novo mandato vai continuar investindo na Sanesul. Além de estar garantindo com recursos estaduais e federais redes de água tratada e esgotamento sanitário aos 68 municípios, a empresa assinou com a Caixa Econômica (CEF) contratos de adesão ao ‘Avançar Cidades’, um programa do Ministério das Cidades para obras de saneamento básico.
No primeiro lote o Estado fechou um “pacote” de R$ 190 milhões para atender 16 municípios e contemplar mais de 47 mil famílias com sistemas de água tratada. Até o fim do ano, com a aprovação de projetos para outros 32 municípios, será efetivada a segunda etapa do programa. “Isto significa universalização do saneamento”, festejou o governador. Na verdade, observa Azambuja, o que o governo colocou em cena foi a formação de uma PPP (Parceria Público-Privada), que não significa venda, mas uma ação articulada. “Em momento algum cedemos o controle acionário do Estado para qualquer segmento da iniciativa privada”.
ADEUS DESPERDÍCIO
Ao falar sobre os investimentos de seu governo, Azambuja citou o Programa Obras Inacabadas Zero e frisou que dificilmente chegará a 100% da meta pré-estabelecida. “Encontramos 215 obras inacabadas, já entregamos mais de 200 e nestes três meses que restam de mandato vamos fechar 214. Só vai ficar faltando o Aquário do Pantanal, que está emperrado judicialmente. Mas se a Justiça me autorizar, vamos concluí-la”, assegurou.
Azambuja recorda que desde o início se manifestou contra essa obra porque a considera sem prioridade imediata. “Para quê um aquário se temos tantos problemas a resolver com urgência na saúde, na segurança, no ensino, na infraestrutura? Porém, eu cheguei no governo e essa obra já estava aí, paralisada, elefante branco. Gastaram mais de R$ 203 milhões e não terminaram. Falta mais de R$ 40 milhões. Então, não podemos deixar que esse dinheiro vá para o ralo. E caso a Justiça autorize e concorde com as condições para sua continuidade, vamos fazer”.
AVANÇOS
O governador comentou também as principais metas de um eventual segundo mandato, recorrendo ao mote que utilizou como slogan de campanha: ‘Avançar com Responsabilidade’. Assinalou, então, que vai continuar administrando dentro de rigoroso planejamento para aperfeiçoar as medidas que deram certo até agora e dar solução aos problemas ainda pendentes, especialmente na melhoria da segurança pública, ensino, saúde e diversificação da economia.
“Vamos avançar mais como um Estado que paga as suas contas, todas em dia: salários, fornecedores, contratos”, afiançou. “Hoje já vivemos num Estado que tem um dos melhores níveis de empregabilidade do País, com evolução contínua do Produto Interno Bruto, um dos maiores potenciais para a atração de investimentos, uma das melhores remunerações do Magistério e não está sob ameaça de qualquer tipo de instabilidade ou de quebra. Isso é o que nós chamamos governar com responsabilidade. É o que vamos continuar fazendo, em todas as áreas”, alinhavou.
PRIORIDADE
Para o diretor-presidente da Sanesul, Luiz Rocha, ao assegurar com decisões concretas que o abastecimento de água potável e o esgotamento sanitário seriam prioridades absolutas de sua gestão, o governador fez da estatal uma prioridade definitiva. “Os investimentos que vêm sendo feitos têm essa marca. Por isso, com a empresa forte e capacitada, é natural que exista o interesse de investidores. Mas o governo jamais colocou em tela essa possibilidade, a Sanesul está no DNA de Mato Grosso do Sul, é uma das mais belas fotografias do perfil desenvolvimentista do Estado”, assinalou.