O União Brasil, partido gerado pela fusão entre o DEM e o PSL, ainda está em seus primeiros sinais de vida e não tem sequer como indicar qual tendência vai seguir em relação ao seu futuro eleitoral. No caso das composições estaduais, as forças de cada uma das agremiações que desapareceram vinham caminhando por rotas opostas, o DEM com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o PSL na contramão dessa lógica.
Agora, com a clara demonstração de que o PSL deixa o berço bolsonarista e alia-se ao DEM por uma condição de ajuste político na conjuntura nacional, as demandas caseiras vão demorar um pouco a ser resolvidas, embora o ano eleitoral esteja a apenas dois meses e meio de distância. Apesar disso, alguns ensaios e movimentos já estão acontecendo.
Comenta-se que Tereza Cristina, deputada federal licenciada e ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), está de malas prontas para deixar o DEM e desembarcar no PP. Primeiro porque o Democratas agora é a força antibolsonarista no União Brasil, nascido da fusão com o PSL. Além disso, a bolsonarista Tereza Cristina tem convite para filiar-se ao PP, cujo presidente, o senador Ciro Nogueira, é o atual Chefe da Casa Civil da Presidência da República.
INTERLOCUÇÃO
Sem Tereza Cristina, o União Brasil teria como principais interlocutores a senadora Soraya Thronicke (eleita pelo PSL e estreante em mandatos), o ex-deputado e ex-ministro Henrique Mandetta e o deputado estadual Zé Teixeira. O vice-governador Murilo Zauith, que já comandou a direção estadual do DEM, está momentaneamente afastado da política, dando prioridade à recuperação de sua saúde, no processo de tratamento contra a Covid-19.
Também são nomes de destaque no grupo que o PSL elegeu em 2018 os deputados estaduais Coronel David e Capitão Contar e os deputados federais Luiz Ovando e Loester Trutis. Já se ventilou o nome da senadora Soraya como opção para a disputa sucessória. Todavia, se o União Brasil fizer voo-solo em 2022, a candidatura de maior alcance eleitoral seria de Henrique Mandetta.
Existem, no entanto, sinais de adesão ou de simpatia de lideranças da nova legenda (União Brasil) e de remanescentes do DEM e PSL pela pré-candidatura do secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB), ao governo. Além de Tereza Cristina, o PP de Ciro Nogueira vai filiar o atual secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, um dos nomes para a lista de candidatos a deputado federal.