A dinâmica na retomada do crescimento em Campo Grande já surpreende os moradores de várias regiões que foram abandonadas nos últimos quatro anos. Muitos não imaginavam que com pouco tempo de governo o prefeito Marquinhos Trad (PSD) conseguiria devolver à população um hábito que andava esquecido: o convívio diário com o progresso. Alarga-se o horizonte das parcerias públicas e privadas e com isso os serviços essenciais e os investimentos em infraestrutura espalham pela capital vários canteiros de obras, até mesmo as que deixaram de ser feitas na gestão anterior, apesar da extrema necessidade, como os sistemas de prevenção e contenção de enchentes.
A Prefeitura está construindo, e em estágio avançado, a barragem na Praça das Águas, na Avenida Afonso Pena, investimento de uma parceria com o Shopping Campo Grande. Quando estiver pronta, em 30 dias, além da recomposição da cobertura vegetal retirada durante a escavação surgirá uma represa com capacidade para reter mais de 22 milhões de litros de águas de chuva, reduzindo o pico de vazão do Córrego Prosa.
O represamento evitará o transbordamento do córrego, principalmente a partir do cruzamento da Ricardo Brandão com o início da Joaquim Murtinho, onde recebe as águas do seu afluente, Vendas. A represa de retenção tem seis metros de altura, com 302 metros de largura e a água se espalhando (chamada de espelho) por 9.489,69 metros quadrados.
A configuração do projeto não prevê a formação de um lago artificial, pois a represa vai se esvaziar tão logo pare de chover. A obra está prevista no plano de drenagem de Campo Grande, elaborado em 2008, que indica a necessidade da retenção, ao longo da bacia do Prosa, de 205 milhões de litros em várias barragens.
A estrutura na Praça das Águas vai aumentar em 22% a atual capacidade da bacia, que é de 98 milhões de litros, distribuídas em cinco barragens construídas no Sóter, afluente do Prosa. A obra, orçada em R$ 800 mil é custeada integralmente pela empresa proprietária do Shopping Campo Grande, que no dia 21 de janeiro assinou um termo de compromisso com a Prefeitura.
Um estudo desenvolvido pela Prefeitura em toda a área do shopping, abrangendo também um terreno vizinho na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua Ceará, definiu a necessidade da construção de uma represa para reter seis milhões de litros de água, diante do impacto dos empreendimentos.
Se a represa fosse construída no próprio terreno, reduziria a área de edificação, diminuindo o potencial de retorno do investimento. Houve então uma negociação na qual a Prefeitura cede a área pública na Praça das Águas, onde estava planejada uma represa e em contrapartida a empresa está fazendo uma represa maior, com quase quatro vezes a capacidade de retenção que seria obrigada a construir.