Autor de um projeto de lei que suspende por 10 anos a exploração do gás de xisto em Mato Grosso do Sul, o deputado estadual Amarildo Cruz (PT) reforça a sua preocupação com os impactos que pode causar ao meio ambiente a técnica utilizada na extração processada com a perfuração do solo, seguida de fraturamento hidráulico. Ele entrou com requerimento na Assembleia Legislativa solicitando ao diretor-presidente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Ricardo Eboli, informar se foi realizado estudo sobre o licenciamento ambiental para a prática da atividade.
O deputado quer saber também a conclusão das análises sobre os impactos que podem sofrer os municípios localizados na área de exploração e se existe um plano de contenção em caso de desastre ambiental. “Nós temos grande preocupação com a iminência dessa atividade. Ao menos 17 municípios do Estado fazem parte do bloco da Bacia do Paraná, arrematado pela Petrobrás durante um leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em setembro do ano passado”, informou.
Amarildo lembra que os estudos comprovam inúmeros problemas causados pela extração do gás, entre os quais o vazamento, até à superfície, dos hidrocarbonetos, principalmente metano e etano, com emissão de gases de efeito estufa. “É inegável a importância do gás de xisto no desenvolvimento econômico. No entanto, não podemos pensar no desenvolvimento econômico se não pensarmos também em mecanismos eficazes que evitem a degradação do meio ambiente”, ponderou o petista.
Para o parlamentar, a primeira etapa na conquista do progresso sustentável é reconhecer que os recursos naturais são finitos. “É fundamental utilizar os bens naturais, com critério e planejamento”, defende Amarildo Cruz, ressaltando que promoverá uma audiência pública em breve. “Vamos envolver toda a sociedade nessa questão, que é de interesse de todos. O desenvolvimento sustentável significa atender às necessidades da atual geração, sem comprometer a capacidade das futuras gerações em prover suas próprias demandas”, finalizou.
Os municípios que fazem parte do bloco arrematado pela Petrobrás são: Água Clara, Anaurilândia, Angélica, Bataguassu, Batayporã, Brasilândia, Campo Grande, Deodápolis, Ivinhema, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Santa Rita do Pardo, Taquarussu e Três Lagoas.