Os consumidores de Campo Grande iniciaram o ano mais cautelosos com os gastos. Os números de endividados, de inadimplentes e dos que não têm condições de pagar as contas são os menores em seis anos. Os dados são da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) e divulgada nesta quarta-feira (31) pelo IPF (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS).
De acordo com o levantamento, há 153.616 pessoas endividadas, 13,5% ou 24 mil a menos que os 177.620 contabilizados em igual mês do ano passado. Em termos relativos, 50,2% dos consumidores de Campo Grande têm alguma dívida. Os números de janeiro deste ano são os menores da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
A redução da quantidade de endividados é indicativo de que os consumidores estão comprando menos ou, ao menos, adquirindo menos bens de forma parcelada.
A queda de pessoas com dívidas foi acompanhada pela retração de inadimplentes e dos que não têm dinheiro para pagar as dívidas.
Quanto aos que têm contas em atraso, a redução foi de 10,3% na comparação entre janeiro de 2018 (88.154 pessoas) e janeiro de 2017 (com 98.281). Em números absolutos, são 10.127 a menos endividados nesse período.
Em se tratando de consumidores sem condições de pagar as contas, a queda foi de 15,74%. Em janeiro de 2016, eram 43.981 pessoas e, neste mês, são 37.056.
Para o presidente do IPF, Edison Araújo, os resultados deste início de ano indicam maior atenção das famílias no planejamento das finanças. “A redução, principalmente do número de famílias inadimplentes, pode ser reflexo do planejamento orçamentário”, afirmou. Ele acredita, ainda, que os dados também seriam “reflexos das melhorias de alguns dos indicadores econômicos”.
TIPOS DE DÍVIDAS
O cartão de crédito continua com a maior participação entre os tipos de dívidas dos campo-grandenses. Dos endividados, 62,1% têm contas a pagar no cartão.
Na sequência, estão: carnês (24,7%), financiamento da casa (16,6%), financiamento de carro (15,5%), crédito pessoal (7,6%), cheque especial (6,1%), consignado (4,9%) e outras dívidas (3,7%).