Temores de recessão e queda das commodities afetam o real e ações no mundo todo. O dólar agora está cotado em alta a R$5,90.

O dólar iniciou a sessão desta segunda-feira (07/04) com uma alta de 0,85%, alcançando R$ 5,8848. O clima de apreensão em relação a uma possível recessão global, intensificado pelo anúncio do presidente americano Donald Trump sobre tarifas recíprocas, continua a impactar o mercado cambial. A desvalorização das commodities no exterior também prejudica moedas emergentes, como o real.
Às 09h22 (horário de Brasília), a cotação do dólar à vista subia 1,09%, atingindo R$ 5,900. Na última sexta-feira (04/04), a moeda americana já havia registrado um aumento de 3,6% em relação ao real, a maior alta diária desde novembro de 2022. O dia de hoje marca mais um período de queda acentuada nos mercados globais de investimento. Na Ásia, a Bolsa de Hong Kong enfrentou sua maior queda diária desde 1997, enquanto o mercado japonês acionou o circuit breaker.
Havia expectativas de que Trump pudesse recuar em suas tarifas após as quedas nos mercados americanos, mas isso não ocorreu. “Não quebrei o mercado de propósito. Não quero que nada caia, mas, às vezes, é preciso tomar remédios para consertar alguma coisa”, afirmou Trump a repórteres ontem (06/04).
A segunda-feira começa com uma intensificação da venda nos principais mercados globais. Para aqueles que esperavam um recuo, Trump adotou um tom ainda mais desafiador, conforme destacado em um relatório da Ágora Investimentos. “Assim como na sexta-feira, o dia deve ser de ajustes negativos por aqui também, especialmente considerando a fraqueza entre as principais commodities e sua relevância para o Ibovespa.”
Apesar do cenário negativo, o Boletim Focus desta segunda-feira trouxe uma leve redução na projeção para o dólar ao final de 2025, que caiu de R$ 5,92 para R$ 5,90, após quatro semanas consecutivas de revisão para baixo. Há um mês, a estimativa era de R$ 5,99.