Horta social do Vida Nova e Central de segurança alimentar recebem visita da equipe do Alimenta Cidades.
Ontem (28/03), a equipe da Estratégia Alimenta Cidades, uma ação do Governo Federal voltada para aumentar a produção, o acesso e o consumo de alimentos saudáveis, especialmente em áreas urbanas periféricas, visitou a horta social do Cras Vida Nova e a Central de Segurança Alimentar de Campo Grande. A cidade é uma das 60 com mais de 300 mil habitantes que estão desenvolvendo projetos estratégicos para melhorar a segurança alimentar e nutricional.
Durante a visita, a equipe participou de uma oficina que discutiu estratégias e conheceu exemplos de ações que promovem a segurança alimentar e incentivam hábitos alimentares saudáveis. Entre os destaques da Prefeitura estão as hortas sociais e comunitárias, que foram implementadas em diversas regiões, incluindo escolas da Rede Municipal, através dos Cras que fazem parte da Rede de Assistência Social.
A horta do Cras Vida Nova, criada há três anos, tem impactado positivamente a vida das famílias atendidas, incluindo uma comunidade indígena local. Os produtos cultivados são utilizados nas refeições do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e também são distribuídos em kits para famílias em situação de vulnerabilidade social. A coordenadora do Cras, Adriana Nascimento, informou que a horta produz 180 quilos de alimentos a cada 15 dias, incluindo hortaliças, tomates e mandioca.
Além de fornecer alimentos, o Cras oferece capacitações para a comunidade, em parceria com o Senar e a Gerência de Trabalho e Ações de Cidadania da SAS, para garantir o aproveitamento total dos produtos e evitar desperdícios. “Promovemos oficinas onde as pessoas aprendem receitas e como consumir os alimentos corretamente. As crianças também participam do cultivo e aprendem sobre alimentação saudável”, explicou Adriana.
Atualmente, o Cras Vida Nova atende 188 idosos e 92 crianças, que participam de diversas atividades promovidas pela Prefeitura, como capoeira, futebol, vôlei de areia e atletismo, além de eventos em datas comemorativas. Ricardo Assis, analista de Políticas Públicas do Instituto Comida do Amanhã, destacou a colaboração entre as secretarias, que facilita a implementação dos projetos. “A interação entre o Executivo, o Legislativo e a sociedade civil é fundamental para a execução das propostas”, afirmou.
A nutricionista Domitila Skowronski e o assessor técnico Artêmio Versoza ressaltaram a importância de garantir que os produtos atendam à cultura alimentar indígena, evitando desperdícios. Kelliane Fuscaldi, coordenadora-geral de Agricultura Urbana e Periurbana do SESAN/MDS, elogiou a integração das políticas de segurança alimentar e assistência social, destacando a valorização das culturas locais.
Banco de Alimentos
Já na Central de Segurança Alimentar, a equipe conheceu a estrutura do espaço e a dinâmica do trabalho desenvolvido. A unidade, que oferta serviços de inclusão produtiva, segurança alimentar e nutricional, tem como referência a Política Nacional de Assistência Social, assegurando o cumprimento das normativas do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN).
O objetivo é assegurar o direito à alimentação adequada, diminuindo os índices de pobreza e extrema pobreza, por meio do acesso ao banco de alimentos da Central. De acordo com levantamento de 2024, a Central distribui cerca de 35 toneladas de produtos por mês. São frutas, verduras e legumes comprados da agricultura familiar que vão direto para a mesa de mais de 21 mil famílias.
Boa parte desses produtos foi adquirida pela Prefeitura por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), desenvolvido pela Secretaria de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável (Semades), em parceria com o MDS e a SAS, realizando um trabalho de orientação aos produtores familiares que fornecem esses alimentos.
“A Prefeitura, por meio da Semades e da SAS, cria um elo entre o desenvolvimento econômico e a assistência social. Conseguimos fazer com que o pequeno produtor tenha condições de produzir, com a nossa orientação, um produto de qualidade, que permite que ele possa comercializar direto com o governo federal, entregando os produtos no município”, explicou o secretário da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável (Semades), Ademar Silva Junior.
Cabe à equipe da Assistência Social, que atua na Central, receber e atestar a qualidade dos produtos que são distribuídos às famílias.
Respeito à cultura
Ainda sobre o PAA, a nutricionista Domitila Skowronski e o assessor técnico da Central, Artêmio Versoza, ressaltaram que uma das preocupações é garantir a compra de produtos que atendam à realidade e à cultura alimentar indígena, para que não ocorram desperdícios.
“Esses equipamentos da Prefeitura refletem o trabalho que vem sendo desenvolvido no município de Campo Grande para garantir a segurança alimentar e nutricional. E isso é uma parceria direta com o MDS, e é muito bom ver que as estruturas da Assistência Social estão funcionando junto com a segurança alimentar e nutricional. É muito bom quando as entidades que executam as políticas do MDS conseguem linkar essas políticas e fazer elas acontecerem juntas, atingindo realmente o público prioritário”, ressaltou a coordenadora-geral de Agricultura Urbana e Periurbana do SESAN/MDS, Kelliane Fuscaldi, que também elogiou a proposta do Banco de Alimentos para que o PAA atenda à comunidade indígena de acordo com a cultura alimentar local.
“Isso também é uma coisa que a gente prega, valoriza e orienta muito: que as políticas atendam à cultura local e que a alimentação, os costumes, sejam valorizados”, concluiu Kelliane.
Para a vice-prefeita e secretária de Assistência Social e Cidadania, Camilla Nascimento, as visitas valorizam o trabalho da gestão e representam um feedback importante para as ações que vêm sendo realizadas.
“Nós trabalhamos para levar aos usuários, ao cidadão, uma entrega, um resultado de excelência. Por isso, essa troca de experiências é muito importante para fortalecer nossas ações e mostrar às equipes os pontos que podem ser corrigidos e melhorados”, frisou a secretária.
As visitas contaram com representantes do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Instituto Comida do Amanhã, superintendentes e técnicos da SAS e da Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN).