Estado tem 136 desaparecidos e mais de 164 mil desalojados pelos temporais; nível do Guaíba caiu, mas ainda está acima do limite
O Rio Grande do Sul chegou nesta quinta-feira (9) à marca de 107 pessoas mortas em decorrência das chuvas que atingem o estado. A quantidade de óbitos foi informada pela Defesa Civil estadual pela manhã, no boletim divulgado ao meio-dia.
O número de mortos pode aumentar nos próximos dias, pois há um total de 136 desaparecidos, além de 374 feridos. Há uma morte óbitos em investigação para determinar se, de fato, teve relação com os temporais.
Há ao menos 379 mil pontos sem energia e 452 mil sem água no Rio Grande do Sul em decorrências das fortes chuvas que atingiram a região ao longo da última semana.
A Defesa Civil informa, também, que há 67.563 desabrigados, instalados em alojamentos cedidos pelo poder público, e 165.112 desalojados. São 428 municípios afetados. Os números variaram pouco em relação aos dados divulgados às 9h.
A tragédia tem sido comparada ao furacão Katrina, que em 2005 destruiu a região metropolitana de Nova Orleans, na Lousiana (EUA), atingiu outros quatro estados norte-americanos e causou mais de mil mortes.
Profissionais de saúde apontam semelhanças entre as duas tragédias, como falta de prevenção de desastres naturais e inexistência de uma coordenação centralizada de decisões. Colapso nos hospitais, dificuldade de equipes de saúde chegarem aos locais de trabalho e desabastecimento de medicamentos e outros insumos são outras semelhanças apontadas.
SITUAÇÃO NO RS APÓS AS CHUVAS
- 107 mortes
- 136 desaparecidos
- 374 feridos
- 67.542 desabrigados (quem teve a casa destruída e precisa de abrigo do poder público)
- 164.583 desalojados (quem teve que deixar sua casa, temporária ou definitivamente, e não precisa necessariamente de um abrigo público –pode ter ido para casa de parentes, por exemplo)
- 1.482.006 pessoas afetadas no estado
O nível da água do lago Guaíba, que inundou a capital Porto Alegre, caiu 10 centímetros nas 24 horas entre a manhã de quarta (8) e de quinta-feira (9). Às 6h desta quinta, segundo informações da ANA (Agência Nacional de Águas), a altura estava em 5,04 metros.
Esse é o menor nível desde o último sábado (4) mas, ao mesmo tempo, segue acima do limite. Ruas e avenidas da capital gaúcha continuam alagadas na manhã desta quinta.
Ao mesmo tempo, o governo gaúcho alertou na segunda-feira para o risco de enchentes nos municípios localizados às margens da Lagoa dos Patos. A água que bloqueia ruas da região metropolitana desce pela lagoa em direção ao mar, o que pode acontecer rapidamente ou de forma mais lenta, dependendo da direção do vento.
A volta da chuva e de ventos fortes à região de Porto Alegre nesta quarta-feira (8) fez a prefeitura paralisar o resgate das vítimas das enchentes históricas. A previsão, segundo o Inmet, é que a temperatura caia no Rio Grande do Sul nesta semana.