A sucuri é considerada uma das maiores já registradas no Brasil
A morte de uma sucuri gigante trouxe indignação, principalmente para pesquisadores e biólogos, no último domingo (24), em Bonito, a 283 km de Campo Grande. Com marca de tiro e o corpo inchado, a serpente foi encontrada sem vida às margens do rio Formoso.
O documentarista de vida selvagem, Cristian Demitrius, foi quem denunciou o ocorrido, nas redes sociais. Ele acompanhava “Ana Júlia”, como chamavam a cobra, há cerca de 10 anos.
“Revoltante! Muito Revoltante!”, destacou o biólogo em publicação no Instagram, no domingo. “Hoje, recebi a notícia de que ela foi morta a tiros e seu corpo encontrado boiando no rio formoso. Que tristeza, que raiva! Quem teria feito um absurdo destes?”
Rapidamente, outros profissionais da área demonstraram indignação por meio de comentários. “Inacreditável… Depois de todo um trabalho de anos desmistificando esses bichos fascinantes, mostrando que – além do valor como ser vivo – agrega valor financeiro ao destino, provando que a suposta agressividade é coisa de Hollywood, não dá pra engolir uma coisa dessas”, escreveu o biólogo, jornalista e fotógrafo, Daniel De Granville.
Ana Julia tinha quase 7 metros e, recentemente, viralizou em vídeo publicado pelo biólogo holandês:
Sucuri Ana Júlia
Conforme Cristian Dimitrius, a identificação da sucuri foi possível graças as manchas pelo corpo, que servem como digitais da espécie.
“Comparei as marcas do rosto, que são como impressões digitais. Ela deve ser a sucuri mais famosa do mundo, totalmente emblemática para a região. Imagens com a serpente já rodaram o mundo”.
Para o biólogo, a perda é irreparável. “Sinto que perdi uma amiga, um membro da família, um ser especial na qual passei muitos momentos especiais juntos. Só digo que isso não vai ficar assim, vamos investigar e ir atrás dessa pessoa. Ela terá que prestar contas à justiça!”
Investigação
À reportagem, a PMA (Polícia Militar Ambiental) revelou que não foi notificada sobre a morte da cobra. Uma investigação sobre possível crime de maus-tratos só deve ter início após registro formal à polícia.