Justiça rejeita recurso de ex-diretor de hospital alvo da Operação “Sangue Frio”, realizada em 2013
O médico Adalberto Siufi, ex-diretor do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, não conseguiu retomar seus bens e contas bancárias desbloqueados pela Justiça Federal. O bloqueio havia sido determinado em consequência da Operação “Sangue frio”, realizada pela Polícia Federal em 2013 para apurar denúncia de desvio de recursos publicos transferidos para o estabelecimento hospitalar dirigido por Siufi.
A defesa do médico entrou com um recurso pedindo o desbloqueio. Mas a juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, não acolheu a solicitação. Pesa contra Siufi a acusação de ser considerado o líder da chamada Máfia do Câncer.
Além de Siufi, sua filha Betina e outras pessoas foram enquadradas na denúncia do Ministério Publico por desvio de verbas. O processo começou a tramitar na 5ª Vara Federal de Campo Grande até ser remetido à Justiça de Mato Grosso do Sul em 2021. O TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) entendeu não ter existido desvio de recurso naquele hospital, que é administrado pela Fundação Carmem Prudente.
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Para a magistrada, o denunciado não apresentou fato “capaz de lhe garantir o direito ao levantamento [suspensão] da constrição recaída sobre seus bens”. Em seguida, May Siravegna enfatizou que, havendo indício de envolvimento dos bens constritos nas possíveis práticas sendo apuradas em procedimento criminal, com “indícios de se tratar de produto ou proveito de crime”, decidiu indeferir a suspensão da indisponibilidade dos bens”.
Quanto a Betina Moraes Siufi Hilgert, uma filha de Siufi que faleceu vítima de câncer, a juíza despachou favoravelmente à liberação dos bens. “Com isso, extinta a punibilidade da denunciada Betina, antes da sentença de mérito da ação penal, impõe-se, por consequência, o levantamento de seus bens e direitos tornados indisponíveis nesta ação penal, nos termos do art. 131, III, do CPP”, sentenciou.