Grupo foi bater lata logo cedo em frente à Prefeitura; algumas mães levaram os filhos com deficiência
Mães de crianças com deficiência se reuniram em frente à Prefeitura de Campo Grande na manhã desta seguna-feira (04) para protestar contra a falta de fornecimento de alimentos especiais, medicações e fraldas. Elas alegam que, mesmo com liminares na Justiça, os produtos não são entregues, o que dificulta a rotina familiar.
Algumas mães levaram seus filhos para o protesto, em frente ao Paço Municipal. O grupo batia latas de leite e gritava palavras de ordem. Cinco representantes foram chamadas para conversar com a Administração Municipal.
Maria de Sousa Ferreira de 57 anos, presidente da Amade (Associação de Mães de Pessoas com Deficiência), participou da reunião. Ela critica a falta de diálogo com a Prefeitura e o não cumprimento das liminares. “As crianças não comem papel”, disse ela. “A gente vai deixar as pessoas morrerem de fome? Precisamos dar alimento às crianças.”
Joelma Belo, mãe de Maria Valentina, que tem 8 anos e síndrome cornelia de lange, relata a dificuldade em conseguir os insumos necessários para a filha. Ela gasta cerca de R$ 2 mil por mês com medicamentos e fraldas, e mesmo com liminar judicial, não recebe da Prefeitura. A alimentação especial de Valentina, fornecida por sonda, não é cobrada da Administração Municipal.
Joelma conta que a família vive com o benefício da LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social), de um salário mínimo, e que o marido é autônomo para ajudar com os cuidados da filha. Ela faz rifas e brechós para complementar a renda.
A Prefeitura de Campo Grande ainda não se manifestou sobre o protesto.
O problema não é novo, agravou-se, conforme as mães, que bateram latas de leite e gritavam palavras de ordem. Cinco delas foram chamadas para dentro do prédio para conversar com representante da Administração Municipal.