Atacante paraguaio confirma a boa fase, porém Mano continua retranqueiro, burocrático e medroso
Ah, se não fosse Angel Romero. É bem verdade que o cruzamento de Fagner reeditou seus bons tempos na ala direita – mas a rapidez, a precisão e a classe do oportunista atacante paraguaio fizeram a diferença: 27 minutos do primeiro tempo, ele surge no meio de dois zagueiros e pega no ar, de voleio, fazendo 1 a 0 para o Corinthians sobre o Guarani.
E este lance foi praticamente o mais impactante de um time que foi a campo escalado para estrear no Paulistão 2024 quase do mesmo jeito que atuou no Brasileirão do ano passado, especialmente desde a chegada do técnico Mano Menezes. Seu sistema de jogo talvez ainda não tenha evoluído ao ponto que ele deseja – o que não significa que os equívocos na escalação sejam por causa disso.
MEDROSO
Retranqueiro, burocrático e sem coragem de mexer no time, mesmo jogando muito abaixo de suas possibilidades, Mano escalou o Corinthians com três volantes, mais dois na proteção e apenas um atacante à frente, o mesmo Yuri Alberto, que durante todo o Brasileirão foi uma espécie de Don Quixote em sua solitária luta contra os moinhos. A diferença é que antes ele tinha um Renato Augusto para servi-lo, além de outros descarregos, como Roger Guedes e Adson.
O Corinthians venceu o Guarani e estreou no Paulistão sem ter o que seria a formação ideal. Vários jogadores chegaram, vários saíram. Contudo, algumas realidades estão criando calo na vista de quem assiste os jogos da equipe. Dois exemplos: Rojas e Veras já estão além do tempo necessário para justificar o alto investimento.
Com a maioria dos seus atletas jogando mal ou fora de forma, Mano ainda demorou para mudar e quase foi punido, quando o Guarani quase fez o gol e a trave o salvou. Parece que o treinador alvinegro tem medo de fazer mudanças. Se o Guarani tive um elenco um pouco melhor, não teria perdido a chance de complicar os corinthianos, salvos de novo por “São Romero”.