Morte de ex-ministro da Agricultura consternou os produtores e políticos mais antigos
Uma quantidade incontável de manifestações de pesar, recordações e elogios deram o tom consternado de produtores rurais e políticos de Mato Grosso do Sul, logo que foi dada a notícia da morte do ex-ministro Alysson Paulinelli. O agrônomo mineiro, que chefiou o Ministério da Agricultura no Governo Geisel (1974-79) e foi deputado federal de 1987 a 1991, morreu na quinta-feira (29) de complicações renais e respiratórias, faltando 11 dias para completar 87 anos.
Ele foi indicado duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz e tinha dentro e fora do País grande prestígio por seus conhecimentos e contribuições para modernizar o sistema produtivo e capacitá-lo como produtor de alimentos. Além de inaugurar um novo ciclo de modernização tecnológica na atividade produtiva, criou a bolsa-pesquisa e foi o grande responsável pela afirmação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) como órgão nacional, instalando-a em todos os estados.
Para Mato Grosso do Sul, um parceiro notável. Era apaixonado pelo Estado, visitando-o inúmeras vezes. Acolheu e concretizou reivindicações de governantes regionais, de Garcia Neto (MT uno) aos primeiros gestores de Mato Grosso do Sul, Harry Amorim e Marcelo Miranda. Também fomentou a busca do conhecimento na juventude, por meio de um programa de bolsas de estudos nos Estados Unidos e na Europa sobre a produção de alimentos.
Antônio Ferreira Rosa, o chefe da Embrapa Gado de Corte em Mato Grosso do Sul, assim o define: “O ministro Paulinelli, pelo conjunto de sua obra e pelo que fez à frente do Ministério da Agricultura, é tido, com razão, como o pai da agropecuária tropical. Paulinelli tirou do papel as unidades de pesquisa da Embrapa e as instalou Brasil afora. Os desdobramentos desta história são de amplo conhecimento, tantas vezes divulgados neste ano, em que a Embrapa comemora seu cinquentenário de fundação”.