Duas pessoas prestaram depoimentos na manhã desta segunda-feira (19) na sede do Dracco (Departamento de Repressão à Corrução e ao Crime Organizado), da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, acerca do inquérito policial que investiga as denúncias de supostas fraudes nas contratações do Proinc, o Programa de Inclusão Profissional da prefeitura de Campo Grande.
De acordo com as informações iniciais, ao menos dois servidores da Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados), pertencentes à prefeitura da Capital, estiveram presentes na delegacia para serem ouvidos.
Um dos ouvidos conversou rapidamente com a imprensa e, com um semblante de tranquilidade, relatou que respondeu muitas perguntas feitas pelos investigadores, mas não detalhou qual foi o assunto tratado.
Quando questionado, disse que trabalha na Agência há seis meses e que não atua na campanha de Marquinhos Trad.
A outra pessoa envolvida na investigação não quis conversar com a imprensa.
O certo seria que o plano municipal beneficiasse famílias carentes, com baixa renda e integrantes desempregados. Contudo, conforme acusações, o Proinc teria favorecido microempresários e até donos de clínica de fisioterapia.
Há a suspeita de que o programa seria um meio de políticos empregarem seus partidários, apoiadores em campanhas políticas. Em torno de 2,5 mil são favorecidas com o projeto em questão, criado 12 anos atrás.
À tarde, uma blogueira, que recebeu dinheiro do Proinc, prestará depoimento. O projeto social da prefeitura oferta, além de emprego às pessoas com baixa qualificação profissional, um salário mínimo, cesta básica e vale transporte. A maior parte dos contratados atuam em serviços gerais, limpeza, no caso.
O caso virou notícia depois que vereador professor André do partido Rede fez denúncias em sessão na Câmara Municipal. Houve uma tentativa de criar-se uma CPI, mas a intenção não avançou porque o presidente da Casa, Carlão, do PSB, disse que a comissão poderia ganhar um rumo político e isso poderia influenciar nas eleições de outubro.
Para obter a relação dos contratados pelo Proinc, o vereador teve de entrar com uma apelação judicial, devido à resistência da prefeitura em liberar a lista. Hoje, no entanto, o município mostra os nomes das pessoas empregadas pelo plano social por meio da internet.