Começou neste domingo (14), por determinação do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o toque de recolher das 20h às 5h. A circulação de pessoas e veículos nesse horário – salvo por trabalho, emergência médica ou urgência inadiável – fica proibida. O sistema de saúde entrou em colapso. Até quarta-feira passada haviam morrido 3,5 mil pessoas e a média diária era de quase mil contaminações.
A situação – com 100% de leitos de UTI ocupados em Campo Grande e superlotação no interior do Estado – levou o governador a optar por medidas mais duras na tentativa de conter o pior momento da pandemia. O toque de recolher tem validade de 14 dias, de 14 a 27 de março, quando será reavaliada a situação epidemiológica. Durante esse horário, só poderão funcionar serviços de saúde, transporte, alimentação (sistema delivery), farmácias, funerárias, postos de gasolina e indústrias.
REGIME ESPECIAL
Aos sábados e domingos, os serviços não-essenciais terão regime especial de funcionamento, atendendo o público entre 5h e 16h. Em supermercados e estabelecimentos similares, com exceção de lojas de conveniência, passam a ser proibidos o consumo de comidas e bebidas e o acesso simultâneo de mais de uma pessoa da mesma família, exceto nos casos de acompanhamento especial. As aulas presenciais da Rede Estadual de Ensino estão suspensas. Na última quarta-feira (10), elas tiveram início de forma remota.
Está proibida a realização de eventos diversos nos locais cujo espaço físico é inadequado às regras de biossegurança. Recomendado pela Ciência, o decreto busca atacar o colapso dos sistemas de saúde e salvar vidas.
Para atender reivindicações de diversos setores da cadeia produtiva e dar segurança aos empresários neste momento crítico, Azambuja descartou um lockdown. O governador reforçou a importância da ampliação da vacinação. Ele integra o grupo de 20 governadores que firmaram um pacto nacional em defesa da vida e da saúde e cobra do Governo Federal ações mais contundentes de combate à Covid-19.
Para órgãos e entidades públicas estaduais a recomendação é adotar, de forma excepcional, o teletrabalho. O decreto suspendeu as cirurgias eletivas nos hospitais das redes públicas e contratualizadas. Está autorizada em caráter excepcional e temporário a instalação de barreiras sanitárias nos aeroportos e pontos de fiscalização nas rodovias. Os municípios podem adotar restrições mais rígidas.
Há cerca de um ano a pandemia da Covid-19 vem trazendo dor, luto e angústia nos lares brasileiros, sem exceção. Em Mato Grosso do Sul o governo estadual já vem fazendo sua parte, baixou mais de 150 medidas para controlar o avanço do coronavírus. Contudo, uma parcela expressiva da população, a dos irresponsáveis, compromete esse esforço e obriga o poder público a decretar medidas restritivas, agora com máximo rigor.