Segundo levantamento do Ministério da Saúde, Mato Grosso do Sul possui uma das maiores populações indígenas do Brasil: mais de 80.841 mil pessoas que moram em 78 aldeias de oito etnias: Atikum, Guarani Kaiowá, Guarani Ñandeva, Guató, Kadiwéu, Kiniquinau, Ofaié e Terena. Além disso, há as aldeias urbanas, aglomerações de índios em unidades habitacionais na periferia das cidades. Esse universo exige das autoridades um cuidado diferenciado durante a pandemia da Covid-19.
O governo estadual está em alerta permanente, embora tenha adotado diversas providências para responder às demandas, desde procedimentos preventivos de saúde até à distribuição de alimentos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Em maio, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, anunciou um projeto piloto destinado ao monitoramento da Covid-19 em aldeias indígenas de Dourados, um dos epicentros da pandemia.
Os técnicos que receberam treinamento estão em atividade de campo há mais de um mês, recolhendo exames e passando orientações. O projeto foi concebido para ser levado às demais regiões. Os EPIs e outros artigos – materiais didáticos direcionados para prevenir e combater a doença – estão sendo entregues nas aldeias. As parcerias são eficientes.
Em junho, os indígenas das aldeias de Aquidauana e Miranda receberam um lote de 17 mil máscaras doadas pela Energisa e que foram para o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Mato Grosso do Sul. Com outros dois lotes que foram entregues aos indígenas da Grande Dourados, até àquela data tinham sido distribuídos mais de 52,4 mil unidades, de um total de 65 mil disponibilizados pela Energisa. Na parceria com a concessionária de energia, o Governo é representado pelas secretarias de Saúde e de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro).
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio da Polícia Militar, também integra o arco governamental. Entre suas intervenções, fez no dia 20 de maio, na sede do Ministério Público Federal de Dourados, a doação de três veículos para os Conselhos Comunitários de Segurança (CCS) das aldeias douradenses Bororó e Jaguapiru e Teykue, de Caarapó. Os veículos auxiliam os conselheiros nas ações de polícia comunitária no combate à criminalidade que cresce nessas regiões.
Ainda em maio, a infectologista e integrante do COE (Comitê de Operações de Emergência) da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Mariana Croda, apresentou a estratégia que está sendo implantada especificamente nas aldeias indígenas de Dourados para combate ao coronavírus. Segundo frisou Mariana Croda, o mais importante é evitar o contágio e sua ação rápida nas comunidades.