Com as eleições municipais marcadas para outubro, o calendário eleitoral pode ser alterado em virtude pandemia do Covid-19. Para o presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), Pedro Caravina, a maior preocupação de todos é com as condições sanitárias nesse momento em que os casos de coronavírus só se avolumam não apenas no Estado, mas em todo país. Segundo Caravina – do PSDB e prefeito de Bataguassu – o risco com a exposição de candidatos e eleitores é muito grande.
“Além do mais, não há nenhuma garantia de segurança se as eleições ocorrerem em 15 de novembro a 20 de dezembro”, acrescentou o dirigente, referindo-se às datas sugeridas pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Roberto Barroso, e vários parlamentares. Os prefeitos de Mato Grosso do Sul optaram em ouvir a manifestação da bancada federal. A ideia sobre o encontro com os congressistas foi tirada em assembleia-geral por videoconferência na terça-feira passada (23), na qual os prefeitos trataram basicamente das diferentes propostas que envolvem a manutenção do calendário ou seu adiamento.
A sugestão do prefeito de Rio Verde, Mário Kruger (PSD), é que parlamentares avaliem as possibilidades, uma vez que o Congresso Nacional analisa duas propostas distintas sobre as eleições. O Senado, inclusive, já aprovou uma Proposta de Emenda Constitucional mudando a data de eleição para dezembro. Outra PEC sugere unificação dos pleitos em 2022. Com base em estudos científicos e políticos apresentados pela CNM (Confederação Nacional de Municípios), é quase unânime entre os gestores a ideia de prorrogação dos mandatos para que o próximo pleito coincida com as eleições para presidente, senadores, deputados federais e estaduais em 2022.
“Não há condições sanitárias de realizar eleições este ano”, reforçou o presidente da Assomasul, que ouviu um a um dos argumentos dos colegas na videoconferência. “Não dá só pra pensar em Mato Grosso do Sul, aonde a situação ainda é favorável. Mas imaginem uma eleição em São Paulo e no Rio”, sugeriu. O prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa (MDB) acredita ser impossível realizar as eleições este ano e questiona inclusive o fato de o STF (Supremo Tribunal Federal) ter dado autonomia a estados e municípios durante o período da pandemia.