Não é só em Campo Grande. A farra dos abusos tarifários da Energisa provoca mobilizações revoltadas e de indignação em vários municípios deste e de outros estados com a cobertura dessa concessionária. E os consumidores sabem que para “engordar” o valor a ser cobrado, a empresa inclui penduricalhos a título de serviço extra.
Uma dessas armadilhas legalizadas é a Cosip (Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública). Trata-se de um artifício criminoso para tomar dinheiro do povo, porque a Energisa e as prefeituras cobram – e recebem – por um serviço que nem sempre é prestado. Campo Grande é um exemplo: há várias ruas e residências sem o benefício da iluminação pública, mas seus moradores pagam as contas de luz “engordadas” por custos adicionais, entre os quais o da Cosip.
DOURADOS
Consumidores foram ao escritório da Energisa protestar contra as tarifas. Informaram que uma conta de luz faturada em R$ 49,47 chega a ser cobrada em R$ 203,57, com as taxas agregadas. Entre os ‘penduricalhos’ que fazem o preço chegar a quase 400% de aumento estão a Cosip, a “taxa de distribuição”, o “serviço de transmissão”, os “encargos setoriais” e os “impostos diretos e encargos”. Tudo isso sem incluir as tais atualizações periódicas quando a tarifa é de “bandeira amarela” ou de “bandeira vermelha”.
COSTA RICA
Mais de 200 consumidores, mobilizados por grupos do aplicativo WhatsApp, se reuniram na Praça Manoel Romoaldo Gonçalves antes de seguirem com cartazes de protesto até à sede da Energisa. Morador de Costa Rica há 20 anos, o empresário Leandro Bortolazzi, 42, revelou que nunca havia recebido faturas tão altas.
AMAMBAI
A Prefeitura e a Câmara Municipal de Vereadores, com o apoio de entidades civis, realizou um concorrido ato de desagravo em frente à Energisa. O movimento começou em uma praça, onde populares recolhiam assinaturas para um documento contestando a grade tarifária da empresa. O vice-prefeito, Valter Brito, disse que esta é uma luta de todos. O prefeito Edinaldo Bandeira frisou que o movimento teve um grande alcance e é preciso ter maior divulgação.
CORUMBÁ
Além de manifestações populares, como o protesto do dia 30 de janeiro, outras ações de protesto dos corumbaenses contra os abusos tarifários da Energisa foram realizadas. Numa delas, a subseção da Ordem dos Advogados entrou com representação junto ao Ministério Público contra a Energisa. A promotoria instaurou inquérito civil para apurar “eventual violação aos direitos dos consumidores”. Em suma, as relações entre concessionária e clientes estão tensas e não é só por causa das tarifas.