Os vereadores da Câmara Municipal aprovaram a criação da CPI do Táxi, contendo 20 assinaturas e anunciaram na sessão ordinária de quinta-feira (27) a composição dos cinco membros da comissão.
A Comissão Parlamentar de Inquérito será composta pelos vereadores Junior Longo, Vinicius Siqueira, Odilon de Oliveira, Veterinário Francisco e Pastor Jeremias Flores. O vereador Vinicius Siqueira foi anunciado como presidente da CPI e o vereador Odilon de Oliveira, o relator.
O objetivo da CPI é investigar se as permissões de exploração do serviço de táxi (alvarás) foram corretamente destinadas e o motivo que levou a concentração de tantas autorizações sob determinadas pessoas e famílias.
O prazo legal para a condução dos trabalhos da CPI é de 90 dias, prorrogáveis por mais 90.
Segundo o Requerimento aprovado em Plenário, que pediu a abertura da CPI, Campo Grande conta com 490 alvarás de exploração do serviço.
BALEIA AZUL
Problema de saúde pública, o suicídio foi tema de audiência pública, na quinta-feira (27), na Câmara Municipal de Campo Grande. O debate foi convocado pela Casa após diversos casos serem relacionados ao jogo Baleia Azul, que propõe uma série de desafios aos jovens – entre eles, tirar a própria vida.
Mais do que discutir os efeitos e perigos do jogo, a audiência expôs números preocupantes: entre 2012 e 2016, o número de tentativas de suicídio tem crescido de maneira gradual em Campo Grande. Foram 661 casos registrados há cinco anos, contra 845 no ano passado, o que representa um aumento de 275. No total, 3.760 tentativas foram registradas no período. Os dados são do Núcleo de Prevenção à Violência e Promoção da Saúde da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).
“Atualmente, quando uma pessoa dá entrada no serviço de saúde, um alerta é dado para disparar a rede de proteção a essa pessoa. Essas informações não ficam só para fins de dados, mas para assistência. Ela é atendida, encaminhada para o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), e a unidade de resposta rápida, um serviço que tem na coordenadoria de vigilância, passa os dados da pessoa e a gente já passa esses dados para a saúde mental da Secretaria”, explicou Ana Paula de Aquino, técnica do Núcleo, sobre a rede de proteção de Campo Grande. Os dados da pasta mostram ainda que, desde 2012, a média anual de suicídios em Campo Grande passa de 40 casos. Somente em 2016, foram 42 óbitos de homens e outros nove de mulheres.
Para o procurador de Justiça Sério Harfouche, que atuou junto à infância e juventude, os pais têm que acompanhar de perto o que se passa com os filhos. “Invasão de privacidade ou não, tenho que saber o que acontece com meu filho, o que passa na cabeça e no coração dele. Essa geração quer saber sobre sua identidade. Se isso não é encontrado em casa, eles estão vulneráveis a quem os coopte. Se é um traficante, logo vai se envolver com tráfico de drogas. No dia a dia, ainda há tempo de resgatarmos valores e princípios que foram, às vezes, negligenciados de forma involuntária. Vivemos dias em que os pais se sentem constrangidos em estabelecerem normas aos filhos com medo de serem taxados como autoritários”, afirmou.
O capelão Edilson dos Reis, do Corpo de Bombeiros, fez coro o procurador de Justiça. “Tem, sim, que cuidar o celular do seu filho. Não sou pai, e isso pode incomodar muita gente, mas sei o que é usar quatro horas negociando com um adolescente que jogou álcool no corpo e está com um isqueiro, e os pais nem sabiam. Não é invasão de privacidade, é cuidar de quem você ama”, cobrou.