“É uma vitória da comunidade. Passamos quatro anos esperando por isso”. O “isso” a que Leônidas Delmondes se refere, aliviado e exultante, é a reforma da Praça do Guanandi I, um dos núcleos urbanos mais populosos e tradicionais de Campo Grande. E a vitória da comunidade tem uma razão social e política muito significativa: há décadas que os moradores – cuja associação é presidida por Delmondes – vêm lutando para usufruir de espaços que sirvam de opção para o lazer e a convivência, num tempo em que a violência e os descaminhos sociais proliferam na periferia das grandes cidades.
A reforma da praça do Guanandi é uma das intervenções que estão no elenco de resultados obtidos em apenas 100 dias de governo pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD). Nesse período, e apesar da tragédia que a dupla Alcides Bernal-Gilmar Olarte deixou como legado para seus sucessores, Marquinhos, a vice-prefeita Adriane Lopes e uma equipe arrojada provaram que têm força e capacidade para fazer do tempo um aliado, e não um inimigo, para recuperar aquela que já foi uma das mais belas e progressistas capitais brasileiras.
Com cautela e responsabilidade, o prefeito recomendou não festejar 100 dias de governo, embora tenha em mãos relatórios consistentes indicando resultados positivos e em alguns casos até surpreendentes dada à exiguidade do tempo que está à frente do Executivo e o tamanho dos desafios. A questão do tapa-buracos, um dos monstros devoradores do crescimento local, já está sendo tratada da forma adequada. Com paciência, o prefeito explica que vive e caminha com quem anda nas ruas – prática desenvolvida desde que ingressou na política – e por isso acumula lições fundamentais para saber que cada resultado tem sua hora certa de construção.
Segundo dia de mandato, dois de janeiro, e Marquinhos Trad já estava cedinho nas ruas para acompanhar as equipes mobilizadas pela Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) na restauração das vias públicas. Ele mantém essa rotina três meses depois, com igual disposição. Vai às frentes de serviço, bate-papo com os operários, confere o material, ouve as explicações e faz até torcida para que não chova e o cronograma seja mantido. Quando assumiu, Marquinhos encontrou cerca de 300 mil buracos na área urbana da cidade, prontos para engolir sua administração.
Em 90 dias, com mais equipes que foram viabilizadas nas parcerias com o Exército e o Governo Estadual, já foram investidos R$ 12,5 milhões para tapar, aproximadamente, 90 mil buracos. Enfileirados, somam 33 km de remendos. “O tapa-buraco é uma solução emergencial diante da falta de recursos. Monitoramos o serviço para que seja feito dentro das recomendações técnicas, para que tenham durabilidade. Boa parte dos 2.800 km de vias pavimentadas da cidade está com seu tempo de vida útil comprometido”, conta.
No setor saúde, outro item relevante no desastre gerencial dos últimos quatro anos, a mão e o estilo de Marquinhos Trad não precisaram de muito tempo para fazer a diferença. A Prefeitura fechou o primeiro trimestre deste ano com 35% de seu orçamento comprometido com a saúde pública municipal, mais que a média de 32% das gestões anteriores, inclusas as de Nelsinho Trad (2003-2010), irmão de Marquinhos, e Bernal-Olarte (2013-2016). Marquinhos, entretanto, quer fazer muito mais para que a população sinta-se de fato bem atendida. Para aferir o funcionamento do sistema, o prefeito faz incertas periódicas nas unidades e checa tudo nos detalhes, desde o estoque da farmácia básica à presença de médicos e plantonistas, além de avaliar a qualidade do atendimento à população.
CRÉDITO
Para Marquinhos Trad, a grande vitória ou o saldo mais expressivo destes 100 dias é a retomada da credibilidade política e administrativa, refletida na autoestima renascida de cada habitante da capital sul-mato-grossense. É de enorme dimensão o esforço vitorioso para em tão pouco tempo tirar a cidade do mais fundo atoleiro gerencial a que foi jogada em sua história. Além dos 300 mil buracos nas ruas e da precariedade de quase todos os serviços públicos, Bernal entregou o cargo em dezembro deixando na conta da Municipalidade somente R$ 37 milhões na chamada Fonte 1, sendo que seu sucessor teria que pagar várias contas monumentais em janeiro, entre elas, e até o quinto dia útil, R$ 150 milhões só da folha de janeiro mais o 13º salário dos servidores.
Os novos alvarás de táxis e mototáxis, novos ônibus para transporte coletivo urbano, a licitação para urbanizar o fundo de vale do Córrego Anhanduí – trecho entre a Avenida Salgado Filho e a Rua do Aquário, o reordenamento viário para acabar com o congestionamento na rotatória das avenidas Mato Grosso e Via Park, a retomada de obras de três Ceinfs (Noroeste, Centenário e Tijuca), contratação do projeto do Centro Municipal de Belas Artes (um investimento de R$ 4 milhões para ser concluído), conclusão do terminal intermodal (R$ 3,1 milhões), reinício da pavimentação e drenagem dos complexos Atlântico Sul (3,9 km de drenagem e 9,8 km de pavimentação); Altos do São Francisco (9,2 km de drenagem e 20 km de pavimentação) e Jardim Seminário (9,6 km de drenagem e 13 km de asfalto) e recapeamento de ruas e avenidas (R$ 30 milhões) estão nas planilhas de execução em curso e de previsão consolidada.