Remuneração “nível médio” vem sendo maior causa de desistências da corporação, diz sindicato
A notícia de que uma pesquisa defende melhores salários para guardas municipais graduados é bastante relevante e merece uma análise mais aprofundada. Essa demanda por valorização salarial para profissionais com formação superior nessa área levanta diversas questões importantes.
A graduação proporciona aos guardas municipais uma base teórica mais sólida, aprimorando suas habilidades em diversas áreas, como direito, administração pública, sociologia e psicologia. Isso os torna profissionais mais capacitados para lidar com situações complexas e tomar decisões estratégicas.
Com maior conhecimento técnico, os guardas graduados podem assumir funções mais complexas, como atividades de inteligência, planejamento operacional e gestão de projetos. A qualificação superior contribui para um atendimento mais eficiente e humanizado à população, além de aumentar a credibilidade da instituição.
Uma pesquisa do Conselho Nacional de Guardas Municipais, divulgada nesta quarta-feira (31), traz um panorama das atuais necessidades dos guardas municipais para o fortalecimento das políticas de Segurança Pública. O sindicato que representa a categoria aqui em Campo Grande, o tema é importante para que os gestores entendam a abrangência de atuação dos agentes na sociedade.
O documento detalha 18 atributos específicos da Guarda Municipal na administração pública, que podem ser resumidos em: proteção do patrimônio público com aplicação de tecnologia de monitoramento de todos os próprios públicos e vias públicas; ordenamento do trânsito e até proteção do meio ambiente.
Com tantas funções, o estudo defende que a permanência dos servidores depende da valorização das suas qualificações. Ou seja, se o guarda tem uma graduação ou especializações, ele pode contribuir no conhecimento que tem e até ter um reajuste salarial. No último concurso da GCM (Guarda Civil Metropolitana) da Capital, aberto em 2020, o salário base oferecido era de R$ 1,6 mil, mais bolsa alimentação e exigia apenas Ensino Médio completo, além de habilitação nas categorias A e B.
Segundo Hudson Bonfim, presidente do SINDGM/CG (Sindicato dos Guardas Municipais de Campo Grande), muitos dos aprovados no último concurso possuem graduação e acabam desistindo da carreira por não receberem de acordo com o nível de investimento feito na qualificação.
“A maioria dos guardas já têm o curso superior, mas estão ganhando o salário básico. Aí os guardas que têm graduação estão saindo porque fez um investimento na carreira dele e não é valorizado. Também tornar mais atrativos para novos guardas mais qualificados, para prestar um serviço de qualidade”, defende.