Uma mulher de 40 anos foi brutalmente atacada pelo ex-namorado, de 24 anos, após solicitar a separação. O incidente ocorreu na manhã de domingo (06/04) no bairro Tiradentes, em Campo Grande, e resultou em ferimentos graves, incluindo cortes na região íntima e lesões no abdômen.

De acordo com informações da irmã da vítima, o suspeito acordou por volta das 6h, saiu para fumar maconha no quintal e, ao retornar ao quarto, confrontou a namorada. “Ele não aceitou a separação. Na noite anterior, ela havia dito que não queria mais continuar. Ele parecia calmo, mas então entrou no quarto com uma faca e perguntou: ‘Tem certeza que você quer se separar?’. Quando ela confirmou, ele a atacou”, relatou a irmã.
O casal estava junto há dois anos, mas já havia passado por uma separação anterior, durante a qual a mulher chegou a solicitar uma medida protetiva contra ele. Nos últimos dois meses, eles haviam reatado, mas a relação era marcada por episódios de violência psicológica e destruição de bens. “Ele já queimou as coisas dela. Nunca foi agressivo na nossa frente, mas ela sempre dizia que ele tinha um comportamento controlador”, acrescentou a irmã.
No momento do ataque, estavam presentes na casa duas filhas da vítima, o genro e dois netos. Após o ataque, a mulher conseguiu sair do quarto, sangrando, e pediu socorro. Ela foi levada pelos familiares para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Tiradentes, onde os médicos constataram três lesões na região abdominal. Apesar da gravidade dos ferimentos, a mulher estava consciente e orientada e foi transferida para a Santa Casa.
A Polícia Militar foi acionada e se dirigiu à casa da mãe do suspeito, localizada no bairro Moreninhas, mas ele não foi encontrado. O caso foi registrado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). A delegada Analu Ferraz informou que, inicialmente, o caso foi classificado como lesão corporal, pois nem a vítima nem o autor estavam presentes na delegacia no momento do registro.
“Estamos acompanhando a situação da vítima e iniciando a oitiva das testemunhas para determinar se o caso deve ser reclassificado como tentativa de feminicídio. Com as informações preliminares, não foi possível caracterizar a tentativa”, explicou a delegada. Um pedido de prisão preventiva do suspeito foi expedido pelo juiz, e ele permanece foragido.