O ex-secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende (PSDB), que também é pré-candidato a deputado federal, disse em entrevista ao jornal Band na terça-feira (14) que desconhece a postura adotada pelo ex-prefeito de Campo Grande, agora pré-candidato ao Governo do Estado Marquinhos Trad (PSD) em criticar o governo do Estado no enfrentamento à pandemia de Covid-19.
De acordo com Resende, Trad disse há pouco dias em eventos enquanto pré-candidato ao Governo do Estado “deixou sozinho ao enfrentamento da Covid”, feito que ele classificou como uma “tremenda mentira”.
“Durante a pandemia da Covid-19, o então prefeito fez vários elogios ao trabalho de combate à doença no Estado. E, ao virar pré-candidato a governador, passou a atacar o Governo por interesses eleitorais”, comentou o ex-secretário de Saúde.
Geraldo Resende afirmou que todas as decisões foram tomadas em conjunto com prefeitos e secretários municipais de Saúde. Por vários meses, Mato Grosso do Sul liderou o processo de vacinação entre os Estados, revezando-se com São Paulo e Paraná nas primeiras colocações.
Irritado com o destempero e as críticas que ele considera despropositadas e eleitoreiras, Geraldo afirmou que vê a situação como normal por se tratar de uma figura pública que é conhecida na cidade como “Marcos Mentirinha”, referência ao comportamento de Marquinhos de fazer acordo e não cumprir.
“Me refiro ao ex-prefeito da capital “. Marcos Marcello Trad fez menções elogiosas, inclusive invocando a Deus, dizendo que Deus calhou-nos para que nós assumíssemos essa tarefa durante a pandemia”, lembrou.
Conforme Resende, a secretaria de Saúde de MS foi generosa com a Capital no enfrentamento da pandemia, e repassou mais de R$700 milhões à prefeitura apenas no atendimento às Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs).
“Abrimos 350 leitos na capital e 135 leitos foram bancados única e exclusivamente com recursos do Estado. O município de Campo Grande não colocou R$ 1 sequer para o atendimento dos pacientes da Covid no hospital regional”, pontuou o ex-secretário.
Resende salientou que a prefeitura de Campo Grande não auxiliou na abertura de outros leitos, “tanto na Santa Casa como no hospital da Universidade Federal”.
“Financiamos 50% dos atendimentos da capital, colocamos equipamentos como ventiladores pulmonares, monitores paramédicos, bomba de infusão, ajudando Campo Grande a resolver essa calamidade que enfrentamos”, pontuou.
Vacinas
O ex-secretário de saúde disse que o então prefeito de Campo Grande “insurgiu” contra 13 municípios de fronteira e que “tentou tomar as vacinas da fronteira, quando dissemos que tínhamos vacinas adicionais”.
“Eu quero saber do ex-prefeito de Campo Grande como ele vai pedir votos lá nos municípios de fronteira como Ponta Porã, Corumbá, Porto Murtinho, Mundo Novo, se naquela época (pandêmica) ele não queria nem preservar a vida daqueles que moram na fronteira”, pontuou em entrevista.