Parlamentar aguardava decolagem do voo quando foi surpreendido por apoiadores do atual presidente
O deputado federal por Mato Grosso do Sul Fábio Trad (PSD) foi hostilizado ao discutir com dois homens dentro do avião em um voo de Campo Grande para Brasília nesta terça-feira (29). O momento foi filmado pelo próprio passageiro que questiona o parlamentar sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lava Toga.
O deputado disse ter sido perseguido pelos bolsonaristas após desembarcar no aeroporto internacional de Brasília.
“No final , já no corredor para o saguão, fui novamente interpelado em tom ameaçador por um deles. Um partiu pra agressão física e eu me afastei um pouco por causa da comissária que estava ao lado dele. Os outros só xingaram mesmo. Eu me senti constrangido e ameaçado, mas não vou baixar a cabeça pra nenhum fascista”, comentou o deputado federal.
“De repente, vejo-me sendo filmado por um cidadão falando alto como se fosse um discurso e eu então respondi a interpelação. Não gostaram da resposta é partiram para cima”, comentou o deputado Fábio Trad sobre a situação.
Trad estava sentado em uma das primeiras poltronas do avião quando um passageiro anuncia, com o celular em punho, que precisava fazer uma pergunta ao deputado. O parlamentar diz que sim, momento em que o homem começa um discurso.
“Eu queria entender porque não foi à favor da CPI da Lava Toga, diante de todas as manifestações que estamos vivendo e um clamor da população, haja vista que, quando começamos o processo eleitoral, nossos ministros, por diversas vezes, não foram pautados por aquilo que gostaríamos”, diz o passageiro se referindo à CPI que ia investigar a atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A discussão continua e o deputado responde: “na minha opinião, o Bolsonaro é um ladrão, por isso eu não assinei a CPI da Toga”, disse Fábio Trad.
Logo após a fala do deputado, um outro homem eleva a voz e comenta: “Ladrão é quem foi eleito [remetendo a eleição de Lula]”. Trad retruca e diz: “Pois é, é a minha opinião, ele [Lula] foi absolvido”.
O deputado disse que não registrará boletim de ocorrência sobre o caso.