Secretário prevê que infraestrutura do Corredor Bioceânico será concluída em dois anos e meio
Realizado nos dias 8 e 9 deste mês em Campo Grande, o “Tarapacá Day” assinalou mais um passo na estruturação dos detalhes necessários à implementação das garantias pertinentes aos países que estão no eixo da Rota Bioceânica, a partir de Porto Murtinho: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Agora, novos e expressivos avanços estão acontecendo, inclusive na obra física deste corredor plurinacional, entre os quais a pavimentação de trechos rodoviários nos territórios paraguaio e argentino, a construção da ponte sobre o Rio Paraguai (com seu acesso) e a reestruturação da BR-257 até Porto Murtinho.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, diz que a infraestrutura estará finalizada em, no máximo, dois anos e meio. Ao participar segunda-feira, 15, de Workshop no Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para debater o tema, ele alertou que a rota só estará concretizada quando começar a fase operacional. “O impacto real mesmo será sentido no dia em que a gente sair com um produto de Mato Grosso do Sul e chegar com ele à China, a um preço competitivo”, exemplificou.
As palavras do secretário foram acompanhadas por consultores, empresários, técnicos e pesquisadores de instituições educativas filiadas ao Crie (Conselho de Reitores das Instituições de Ensino Superior de Mato Grosso do Sul). Entre elas, a Universidade Estadual (Uems), Universidade Federal (UFMS), Universidade católica Dom Bosco (UCDB), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade de Desenvolvimento da Região do Pantanal (Uniderp), e Instituto Federal (IFMS).
Para Ricardo Sena, secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc, é relevante o papel da academia ao olhar para os projetos do governo sobre a Rota. “Onde houver lacunas, a academia pode dar sua contribuição pontual”, salientou. Para o presidente do Conselho, professor Jones Dari Goettert, reitor da UFGD, é fundamental conjugar envolvimento com desenvolvimento. “O grupo pode pensar ações, projetos e programas, integrando a sociedade civil nas oportunidades que a rota proporcionará”, define.
CUSTOS
Hoje, 80% dos contêiner que trazem produtos da China aos portos do Pacífico retornam vazios, observou Verruck. Estamos falando no aproveitamento desse frete a um custo reduzido. Esses contêiner podem voltar cheios de carne”, argumentou. Com a rota em plena operação, Mato Grosso do Sul será porta de entrada de produtos chineses no Brasil, o que implicará num redimensionamento das estruturas alfandegárias e logísticas do Estado. “As universidades têm um papel essencial, sobretudo chamando as instituições dos outros países para trabalhar e fazer com que o progresso seja acessível a todos. Ninguém quer a rota apenas como passagem. Todos querem participar, fazer parte deste novo momento de oportunidades”.