Desafios da navegabilidade ameaçam uso comercial da hidrovia, segundo pesquisadores
Ao debater com agentes públicos e representantes de vários setores empresariais em Corumbá o uso comercial do Rio Paraguai, o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck foi enfático sobre as condições da hidrovia. Disse que as atividades econômicas poderão estar seriamente ameaçadas na região se o Ibama não agilizar a licença para o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) fazer a dragagem de vários trechos.
“Todos precisam de uma operação hidroviária segura e de qualidade”, afirmou Verruck. Em maio passado a secretaria de Verruck previa que, entre outros trechos, a hidrovia na região de Porto Murtinho escoaria neste ano mais de 1,2 milhão de toneladas de produtos, principalmente soja e açúcar. Segundo o boletim Aquaviários da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), só de janeiro a março deste ano Mato Grosso do Sul elevou em mais de 80% o transporte de cargas pela hidrovia, atingindo quase 1,6 milhão de toneladas.
Agora, um artigo, assinado por 42 pesquisadores de instituições de pesquisa e universidades locais e estrangeiras advertiram que os planos de tornar o Rio Paraguai um “corredor” para a exportação de produtos em comboio de barcaças seria uma ameaça não apenas ao curso d’água, mas também ao Pantanal. O texto foi publicado em uma revista estrangeira de artigos científicos, com relatos de pessoas que estudam a região há décadas.
No primeiro semestre, o Ceca (Conselho Estadual de Controle Ambiental) autorizou a criação de um terminal em Porto Esperança, que atuará conectado com outra unidade em Cáceres, para escoar grãos. Verruck informou que o Governo deve levar à Bolsa de Valores de São Paulo, em breve, o leilão para a concessão de um terminal em Porto Murtinho, que foi retomado da concessionária anterior.