Tucanos foram vencedores nos maiores colégios eleitorais e terão a hegemonia em 44 das 79 prefeituras
Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Ponta Porã e Corumbá são, pela ordem, os cinco maiores colégios eleitorais de Mato Grosso do Sul, com pouco mais de 1.030.000 eleitores. O número representa mais de 50% do total de 2.027.460 pessoas aptas a votar em outubro deste ano. Destas cinco cidades, o PSDB conquistou as prefeituras de Dourados, Três Lagoas e Ponta Porã, a vice-prefeitura de Corumbá e foi o peso decisivo para a vitória da candidata do PP, Adriane Lopes, no segundo turno em Campo Grande.
Neste cenário, reafirmou-se a influência de duas das mais prestigiadas lideranças políticas sul-mato-grossenses, ambas do PSDB, o ex-governador Reinaldo Azambuja e o governador Eduardo Riedel. É uma constatação que se reforça com o acréscimo dos resultados das disputas sucessórias nos demais municípios. Os tucanos elegeram também 44 prefeitos, 17 vices e 261 vereadores, aumentando em 7% e 15%, respectivamente, o número que detinham em matéria de representação política nos municípios.
ESTRATÉGIA
Azambuja comandou pessoalmente a elaboração e a execução da estratégia de mobilização e engajamento eleitoral em cada cidade, atuando desde a atração de apoios à construção das chapas e alianças. Também foi o mediador de impasses, encaminhando as soluções juntamente com as bases, como ocorreu em diversos municípios. Não raras vezes, ele contou com as presenças solidárias e politicamente esclarecidas de Riedel e do coordenador político e tesoureiro do diretório regional, Sérgio de Paula.
Em Corumbá, por exemplo, o prefeito tucano Marcelo Iunes levantou-se contra a orientação partidária e tentou impor a própria vontade, lançando o candidato de sua isolada preferência, José Antonio Pardal. Ambos foram derrotados, enquanto o PSB garantia nas urnas a vitória da chapa com o PSB, conquistando a vice-prefeitura. Já no segundo turno da Capital, Azambuja liberou a militância, gesto que fomentou as adesões à candidatura de Adriane Lopes, que corria o risco de perder para Rose Modesto (União Brasil).
ABRINDO CAMINHOS
Assim, com este renovado desenho presencial das duas lideranças no panorama estadual, a projeção para as próximas demandas político-eleitorais indica que Azambuja e Riedel, por méritos próprios, abriram caminho para andar ainda mais fortes. E será uma força encorpada tanto na governança do Estado como no ambiente da agenda de preparação para os desafios de 2026, entre os quais a sucessão estadual, com a candidatura de Riedel à reeleição, e a disputa das duas vagas do Senado, uma delas tendo Azambuja no páreo.
Por esta conjuntura, e em contraponto a comentários que já circulam por aí, entende-se que a dupla dos hoje tucanos não tem qualquer intenção de seguir por rumos diferentes ou opostos. Comenta-se que um vai para o PL e outro para o PP ou PSD. Tudo isto é possível. Entretanto, para Azambuja e Riedel a receita da amizade e da parceria tem sido das melhores e das mais vitoriosas, o que significa, pela lógica, a manutenção da caminhada comum.