Prefeita tem problemas com licitação e é condicionada a esticar o contrato com o Bradesco
O contrato entre a Prefeitura de Campo Grande e o Bradesco para ser a instituição oficial der pagamento dos servidores deveria ser provisório, isto é, duraria apenas o tempo necessário para que se definisse em um processo licitatório qual seria o banco a assumir em definitivo este serviço. No entanto, a interinidade do contrato agora ganha longevidade.
Por causa de falhas no processamento da licitação, a prefeita Adriane Lopes (PP) viu-se obrigada a renovar o contrato com o Bradesco e espichá-lo por mais quatro meses. O mais intrigante desta história é que Adriane vem tentando sem sucesso, desde 2022, emplacar com uma agência da Capital a conta regular da Municipalidade destinada ao salário dos servidores.
PROCESSO ARRASTADO
É prática usual, e dentro da normalidade, que os poderes executivos vendam sua folha de salários às instituições financeiras. Deveria ser simples e prático oferecer esta conta que qualquer banco se interessaria em adquirir, porque é um negócio lucrativo. Só que não. Fosse assim, o processo não estaria se arrastando há tanto tempo.
Segundo se apurou, a prefeita queria anteriormente R$ 102,9 milhões para a outorga, porém recuou e baixou o lance para R$ 79,8 milhões. Nem assim o negócio se consumou. A licitação acabou sendo suspensa porque os bancos queriam esclarecimentos sobre questões que não estavam bem definidas ou clareadas no edital. O Bradesco está pagando atualmente menos de R$ 70 milhões.
Para especialistas em licitações e questões jurídicas empresariais e publicas, o que aconteceu foi uma autêntica barbeiragem do poder publico municipal. Agora, além da folha secreta e do protecionismo aos “amigos” e “amigas” do poder que conquistaram robustos holerites da prefeitura, a gestão campo-grandense “presenteia” Campo Grande com mais uma triste e vergonhosa demonstração de incapacidade para fazer um prosaico processo de licitação.