Parceria com governo pode abrir caminho para prefeitura solucionar crises no sistema
Só vai depender da prefeita Adriane Lopes (PP) a decisão de dar à sua gestão uma real possibilidade de melhorar efetivamente o serviço de transporte coletivo em Campo Grande. Interessado em colaborar com a prefeita no aprimoramento da parceria entre Estado e Município, Riedel apresentou uma ideia que pode trazer as soluções para este que é um dos principais problemas da cidade.
Desde a gestão de Reinaldo Azambuja o governo estadual já vem auxiliando no custeio do Município com o transporte, repassando ano a ano uma quantia que em 2023 subiu para R$ 10 milhões. Estes recursos são utilizados como pagamento do passe de estudante para alunos da Rede Estadual de Ensino (REE) do município. Porém, não é este subsídio o único meio que, segundo Riedel, pode atender às necessidades de passageiros, das empresas concessionárias e da própria administração.
A proposta inclui a aplicação da experiência do governo na criação de parcerias com o setor privado para viabilizar investimentos, baseando-se em estudos viáveis. O passo inicial, o mais significativo, é reestruturar totalmente o atual modelo contratual, no qual a prefeitura entrega como concessão o serviço ao Consórcio Guaicurus, que reuniu no início quatro empresas e agora deve ficar com três, remanescentes de concessões feitas há uns 20 anos.
A ideia do governador estadual é aplicar princípios bem-sucedidos de modelagem, semelhantes aos utilizados nas parcerias executadas pelo Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE) na infraestrutura, como as da MS-306 e MS-112/BR-158. Essas modelagens bem-sucedidas aplicaram uma abordagem equilibrada entre o que pode ser executado, o que pode ser prometido ao público e o que pode ser pago pela população.
EXEMPLOS
Riedel destaca a importância dos estados em contribuir para a mobilidade urbana em grandes cidades e nas regiões metropolitanas, seguindo o exemplo de metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro. Ele acentua que Campo Grande é a única cidade no estado com densidade populacional e demanda suficientes para se beneficiar da assistência proposta.
Contudo, um novo suporte não deve se limitar apenas à injeção de dinheiro em um modelo visivelmente problemático. Uma comparação foi feita com o modelo equivocado do primeiro leilão da BR-163, com a CCR MSVia, que se mostrou insustentável e precisou ser repactuado na década passada.
O contrato atual para o transporte coletivo e urbano de Campo Grande foi assinado em 2012, na gestão do então prefeito Nelsinho Trad, estabelecendo que as empresas do consórcio seriam responsáveis pelo serviço pelos próximos 20 anos, até 2032, com a possibilidade de renovação por mais 10 anos, permitindo a operação até 2042.
Agora, diante do cenário desolador e diário exibido nos pontos, terminais e dentro dos veículos, a população precisa de uma mudança profunda, que risque do mapa o modelo falido e abra espaço para um sistema eficaz, inovador e capaz de acompanhar e atualizar-se dentro das exigências dos passageiros. Para que esta mudança aconteça e uma nova história seja contada, depende somente do interesse e da receptividade da prefeita Adriane Lopes (PP) à proposta que lhe está sendo oferecida.