Presidente da Câmara de Vereadores deu mau exemplo no cargo ao confrontar autoridade do Judiciário
Nesta quarta-feira, 29, a partir das 9 horas, o vereador e presidente da Câmara Municipal, Carlão Borges (PSB), dirigirá a sessão que irá oficializar a investidura de mais um parlamentar, o tucano Gian Sandim. E a sociedade espera que ao menos para receber o novo colega, por educação ou fidalguia democrática, o presidente da Casa de Leis tenha no semblante uma expressão acolhedora e receptiva, e não o ar contrariado com que se indispôs ao ver-se obrigado a cumprir uma determinação judicial.
Sandim vai tomar posse no lugar de Claudinho Serra (PSDB), que se afastou por 120 dias ao ser preso na “Operação Tromper”, deflagrada pelo Gaeco para desmontar um esquema de desvio de verbas na Prefeitura de Sidrolândia. Nomeado secretário de Finanças pela prefeita Vanda Camilo (PP), sua sogra, Serra era suplente de vereador em Campo Grande e só assumiu a vereança em Campo Grande numa articulação política.
INSUBORDINAÇÃO
Aberta a vaga, Carlão Borges esquematizou tudo para dar posse ao ex-vereador Lívio Viana, que depois de eleito pelo PSDB filiou-se ao União Brasil. O presidente, embora formado em Direito, não fez a leitura correta da legislação eleitoral e sequer ouviu quem o alertou sobre o equívoco de dar posse a suplente que havia cometido infidelidade partidária ao trocar de partido ainda no mesmo mandato em que fora eleito.
Lívio chegou a tomar posse, convocado por Carlão. Porém, diante da irregularidade, a Justiça suspendeu a investidura, concluindo que Sandim, o oitavo na linha de suplência partidária, era o primeiro detentor do direito de preencher a vaga. Carlão recorreu. Contudo, o desembargador João Maria Lós negou seu pedido para manter a posse de Lívio. Bastante contrariado, Carlão resistiu e ensaiou uma insubordinação. Mas acabou cedendo.
O PSDB continua tendo a segunda maior bancada no Legislativo, alinhando sete vereadores: Victor Rocha, Papy, Professor Joari, Sílvio Pitu, William Maksoud, Zé da Farmácia e Gian Sandim. A maior é a do PP, sigla da prefeita Adriane Lopes, formada pelos vereadores Beto Avelar, Sandro Benites, Delei Pinheiro, João Rocha, Professor Riverton, Marcos Tabosa, Tiago Vargas e Valdir Gomes.
Lei abate a teimosia e faz Carlão, presidente da Câmara, “engolir” posse de Sandim Fotos Izaías Medeiros e Redes Sociais