A representação popular só se fortalece totalmente quando supera diferenças ideológicas, diz presidente da Câmara
Uma bateria impressionante de reuniões preenche os dias úteis da Câmara Municipal neste janeiro que ainda é mês de recesso parlamentar e os vereadores, tradicionalmente, aproveitam o período para ficar mais com a família e cuidar de coisas pessoais. Entretanto, em Campo Grande, não é exatamente esta a rotina de seus vereadores, principalmente do presidente da Casa, Epaminondas Vicente silva Neto, o Papy (PSDB).
Basta conferir o registro oficial de audiências e reuniões para atestar o ritmo intenso e o trânsito movimentado de interlocuções que tomam todo o tempo de Papy na política. Ele é o presidente, mas não permite que esta condição sugira, de forma alguma, uma sensação de superioridade. Papy rejeita o individualismo, a autopromoção e coisas do gênero. Prefere fazer com a conjugação do verbo “compartilhar” um hábito pessoal e também um exercício coletivo com os colegas.
Assim, o vereador vem atravessando dias de intensa atividade para estreitar e aprimorar as relações do Legislativo com os demais poderes e representações políticas e socioeconômicas, do movimento comunitário ao Governo do Estado e Judiciário, passando pelos parlamentares estaduais e federais e os dirigentes dos órgãos de serviços, como a Energisa e a Águas Guariroba.
CONVIVÊNCIA RESPEITOSA – Para ele, estas aproximações aprimoram e refinam o exercício da democracia, incentivando, entre outras coisas, a convivência respeitosa de forças divergentes. A representação popular, segundo Papy, só se fortalece quando as barreiras ideológicas são superadas por sentimentos comuns de respeito, tolerância e reconhecimento da liberdade de escolhas. “Todos os 29 vereadores têm delegação da sociedade para representa-la. Então, somos todos iguais, com os mesmos direitos e as mesmas responsabilidades. Esta compreensão deve ser o elo comum de conexão e unidade para que a Casa potencialize seu poder de representação popular”, conceitua.
Papy chama a atenção para outro avanço que pretende ver fluindo no cotidiano da Câmara Municipal: o aprimoramento qualitativo nas análises e votações de projetos que passam pelas comissões antes da deliberação no plenário. Ele aplaude o trabalho que vinha sendo feita neste sentido pelos antecessores e diz que o aperfeiçoamento é um processo que não se esgota. “Para fiscalizar melhor o Executivo e cumprir as demais atribuições, não basta o discurso. É preciso atitude, trabalho. É o que faremos, sendo fiscais propositivos, atuando em harmonia com o Executivo, mas sem sacrificar nossa autonomia”, finaliza.