Dados voltam a preocupar em 2022 e revelam aumento de 14,5% na comparação com o ano passado
Durante a sessão do Congresso Nacional desta quinta-feira, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) pediu que o Ministério do Meio Ambiente forneça transporte aéreo para instalação de uma tecnologia capaz de detectar, rapidamente, o surgimento de focos de incêndio no Pantanal. Recentemente, o Brasil se emocionou com as cenas exibidas pela novela Pantanal do bioma sendo devastado pelo fogo. “Situação além da ficção e que precisamos combater para evitar mais uma tragédia.”
O software foi apresentado ao senador pelo Instituto Homem Pantaneiro, organização sem fins-lucrativos que atua no Pantanal sul-mato-grossense desde 2002. A tecnologia utiliza visão computacional e dados de satélites para detectar focos de incêndio de maneira automática em até 3 minutos.
“É possível uma gestão em tempo real das ocorrências e as ações de brigadistas e da equipe de campo”, explica o presidente do instituto, coronel Angelo Rabelo. “Diante disto, solicitamos apoio aéreo para a instalação de três centrais independentes entre si, para funcionamento imediato permitindo redução das áreas queimada e gestão dos focos de incêndio de forma on-line, que serão complementadas pelo módulo de câmeras.”
O senador Nelsinho Trad encaminhou ofício ao Ministério do Meio Ambiente e, na sessão desta tarde, pediu urgência nesse transporte. “De nada adianta, dentro de uma sala de controle, quem estiver manejando essa situação, identificar a tempo e a hora um foco de incêndio e não poder fazer nada. É semelhante a você fazer um diagnóstico brilhante de uma doença num paciente e não ter como curar. Então, eu faço aqui um apelo ao ministro do Meio Ambiente que possa fazer uma interlocução com as forças que venham garantir a tranquilidade do ambiente pantaneiro”.
Os pontos de instalação foram selecionados de forma estratégica nos morros Pelado, do Carcará e na Serra do Amolar. Será possível cobrir uma área de até dois milhões e meio de hectares.
Em 2020, o Pantanal sofreu a estiagem mais severa dos últimos 47 anos. Dos focos de incêndio registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), 65% ocorreram no Estado do Mato Grosso do Sul. Ainda segundo o Inpe, de 1º de janeiro de 2022 até a tarde de segunda-feira, a região pantaneira de Mato Grosso do Sul, que compreende os munícipios de Corumbá, Porto Murtinho, Ladário, Aquidauana, Miranda e Anastácio, registrou 739 focos de incêndio. O número é 14,5% superior ao registrado no mesmo período de 2021, quando havia 645 focos nessas cidades.