Ordem judicial determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes inclui o gabinete de Do Val no Senado
A Polícia Federal (PF) cumpre, na tarde desta quinta-feira (15), três mandados de busca e apreensão em endereços do senador Marcos do Val (Podemos-ES).
Os mandados contra o senador, que completa 52 anos nesta quinta, foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
As ordens judiciais são cumpridas nas cidades de Brasília e Vitória – o que inclui o gabinete de Do Val no Senado Federal.
No gabinete, foram apreendidos documentos e um pendrive. Além disso, os policiais apreenderam o celular do senador.
A CNN apurou que Moraes ligou para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), comunicando a busca e apreensão contra Do Val. Pacheco determinou que a Polícia e a Advocacia do Senado acompanhassem as diligências dos policiais federais em Brasília.
Ainda na tarde desta quinta, o perfil do senador no Twitter foi tirado do ar. “A conta @marcosdoval foi retida no Brasil em resposta à uma demanda legal”, escreve a rede social. O mesmo aconteceu nos perfis no Facebook e Instagram.
O senador se tornou um pródigo disseminador de desinformação, segundo ele próprio, para “sacudir o sistema”.
Em 2 de fevereiro, em entrevista à revista Veja, o senador disse que foi “extorquido” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a participar de uma trama golpista na qual ele grampearia Moraes motivando um pedido ilegal de prisão do ministro para interferir no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no resultado das eleições de outubro.
No mesmo dia, à CNN, ele afirmou que o ex-deputado federal Daniel Silveira o levou à reunião para tratar sobre um golpe de Estado. Do Val também confirmou que avisou o ministro do STF Alexandre de Moraes sobre o plano. Nessa entrevista, ele afirmou não ter sido coagido por Bolsonaro, que teria ficado calado durante a reunião.
O senador também divergiu sobre o local em que o encontro teria ocorrido, citando o Palácio da Alvorada, a Granja do Torto e o Palácio do Jaburu.
Após oferecer uma série de versões contraditórias sobre a reunião e o suposto plano golpista, o senador chegou a dizer que “um dia as pessoas vão entender” e o “objetivo foi atingido”.
No dia 3 de fevereiro, Moraes decidiu abrir apuração contra o senador. De acordo com a decisão, foi determinado que “seja autuada petição autônoma e sigilosa, a ser instruída, inicialmente, com a cópia do pedido da Polícia Federal para autorização da realização de sua oitiva, com o despacho de autorização e com o inteiro teor de seu depoimento”.
No despacho, Moraes também expediu um ofício para os veículos de comunicação VEJA, CNN e Globo News, para que forneçam em até cinco dias as entrevistas que foram concedidas por Do Val.
Procurado pela CNN sobre a operação da PF desta quinta-feira, Marcos do Val afirmou que, por enquanto, não irá se pronunciar.