Com 96,93% das urnas apuradas, o petista tinha 47,85%, contra 43,70% do presidente
Os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno das eleições presidenciais no domingo de 30 de outubro. Com 96,93% das urnas apuradas, o petista tinha 47,85%, contra 43,70% do presidente.
O resultado das urnas confirmou a tendência apontada pelas pesquisas eleitorais desde o início da corrida presidencial. O petista sempre apareceu na frente na preferência popular em todos os levantamentos, seguido pelo atual chefe do Executivo.
A corrida presidencial foi marcada por casos de violência devido à polarização entre apoiadores de Lula e Bolsonaro. Desde o assassinato de um apoiador de Lula em Foz do Iguaçu (PR), em julho, até à morte de um eleitor petista a facadas no interior de Mato Grosso durante o feriado de 7 de Setembro, os casos de agressões e mortes por motivação política aumentaram em todo o País.
Campanha de Lula
Nas Eleições de 2018, Lula foi impedido pela Justiça Eleitoral de disputar as eleições presidenciais por causa da Lei da Ficha Limpa. Na época, ele estava preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, onde cumpria pena pelas condenações da Operação Lava Jato.
Em novembro de 2019, após 580 dias de prisão, o petista foi solto por causa de uma decisão do STF que proíbe prisões em 2ª instância. Posteriormente, também por uma determinação da Corte, as sentenças ligadas à Lava Jato foram anuladas.
Apesar da forte oposição ao governo de Jair Bolsonaro, Lula evitou confirmar a sua intenção de disputar o Palácio do Planalto logo após deixar a prisão, quando ainda não tinha recuperado os direitos políticos. Somente no primeiro semestre deste ano, o petista se posicionou publicamente sobre o desejo de tentar um terceiro mandato presidencial.
“Se estou na melhor posição para ganhar as eleições presidenciais e gozo de boa saúde, sim, não hesitarei. Acho que fui um bom presidente”, declarou em entrevista para a publicação francesa Paris Match, em maio.
No lançamento de sua pré-candidatura, no dia 7 de maio, Lula criticou fortemente Jair Bolsonaro, celebrou a chapa com Geraldo Alckmin (PSB) – antigo adversário político em prol da democracia e falou em restaurar a soberania do Brasil e do povo brasileiro.
Durante toda a campanha, o petista fez críticas ao atual governo federal e disse que o povo brasileiro era mais feliz no seu mandato. Ele defendeu a parceria com Alckmin, disse que eles nunca foram inimigos, e sim, adversários políticos, e estão juntos agora para defender a democracia.
Campanha Bolsonaro
Buscando a reeleição, Jair Bolsonaro oficializou sua candidatura à reeleição no dia 24 de julho. O anúncio foi feito em um evento do PL montado no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, onde ocorreu a convenção do partido para o lançamento oficial da campanha eleitoral. Também foi chancelado o nome do general da reserva Walter Braga Netto como candidato a vice na chapa.
As celebrações do 7 de Setembro foram um ponto polêmico na campanha. Na ocasião, o presidente usou a data para o palanque eleitoral. Ele participou do desfile cívico-militar, fez um discurso em Brasília, no qual puxou o coro de “imbrochável”, e também marcou presença na orla de Copacabana, no Rio, onde também falou em cima de um trio elétrico.
Tanto Lula quanto Bolsonaro também foram destaques em debates presidenciais, como o da Band e o da TV Globo. Mas, no debate realizado por Terra, SBT, CNN, ‘Estadão’/Rádio Eldorado, Veja e Rádio Nova Brasil FM, Lula não compareceu e sua ausência virou tema entre os candidatos.
Lula focou em uma campanha com forte presença nas ruas e discursos em palanques, recusando alguns convites para entrevistas e sabatinas. Já Bolsonaro, além de eventos com os aliados, teve presença mais intensa na mídia, participando de podcasts e programas de televisão