André Puccinelli, Edson Giroto e João Amorim indicaram 130 testemunhas para “engordar” o processo
Para “engordar” o processo, tornando-o mais pesado e, assim, tivesse o seu andamento retardado, os advogados do ex-governador e ex-prefeito André Puccinelli (MDB), do ex-secretário de Obras e ex-deputado federal Edson Giroto e do empresário João Amorim atenderam à solicitação da Justiça para apresentar suas testemunhas. Então, encaminharam suas listas com os nomes de 130 pessoas para as audiências de instrução e julgamento no caso que ficou conhecido como “Lama Asfáltica”.
No entanto, esta manobra, com o objetivo de protelar o andamento do processo, morreu no nascedouro. A juíza Júlia Cavalcante da Silva Barbosa, da 3ª Vara Federal, determinou a redução no número de testemunhas, de 130 para, no máximo, oito por réu. Ela reforçou esta imposição legal em um despacho publicado no dia 18 deste mês, depois que os advogados de Amorim e a sócia Elza Cristina A. dos Santos descumpriram determinação anterior e indicaram 60 testemunhas no total.
A defesa argumenta que teria direito a apresentar até 72 nomes, uma vez que ambos são acusados de quatro crimes e a ré também responde por peculato. Esta ação penal baseia-se nas investigações de denúncias feitas pelo Ministério Publico sobre procedimentos suspeitos na pavimentação e saneamento da Avenida Lúdio Coelho, entre a Duque de Caxias e a Rua Antônio Bandeira, em Campo Grande, durante o governo de Puccinelli.
A CGU (Controladoria-Geral da União) apontou superfaturamento de R$ 475,5 mil, com um pagamento indevido de R$ 482 mil e ainda a não compensação da União pelo gasto de R$ 4,411 milhões. O contrato também teve acréscimo de R$ 4,772 milhões em oito meses, 40% acima do valor previsto. A obra é uma das denunciadas pelo Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lama Asfáltica. A denúncia foi aceita, pela 2ª vez, em agosto de 2022.