Presidente da Casa, esclareceu que investigação e possível afastamento só será discutido com pedido formal
A Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) foi informada pela Justiça sobre a ação em que o deputado estadual Roberto Razuk Filho, o “Neno Razuk” (PL), é réu como chefe de uma organização criminosa que tentava tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. Porém, só vai adotar alguma providência a respeito se for provocada por algum partido.
Durante sessão desta quinta-feira (22), o presidente da Casa, Gerson Claro (PP), esclareceu que a notificação informa a existência do processo, mas ressaltou que a investigação não está diretamente relacionada ao mandato parlamentar, por isso, uma possível investigação interna ou afastamento só será discutido se houver pedido formal de um partido político.
“Fomos oficiados, mas só é uma obrigação legal da Casa se manifestar se tiver pedido de algum partido político. Ninguém pediu, e se ninguém pediu, fica do jeito que está. Está na lei, qualquer partido político pode pedir e, se pedir, temos que apreciar”, explicou o presidente da Assembleia.
A acusação
A ação, dessa forma, seguirá seu curso normal em relação a todos os acusados. São 14, além de “Neno”, que foram investigadas pela operação Successione, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado).
A denúncia contra o grupo de Neno foi protocolada em 19 de dezembro de 2023, e aguardou o retorno da juíza de férias para ser apreciada
As 15 pessoas são acusadas pelo Gaeco de “constituir uma organização criminosa dedicada à prática dos crimes de roubo majorado, exploração de jogos de azar, corrupções, entre outros”, sob o comando do parlamentar.
A “Successione” tem esse nome justamente pela relação de continuidade verificada pelo Gaeco em relação ao espólio deixado pela ofensiva contra os Name, tidos como chefes do jogo de azar em Campo Grande por décadas.
Conforme as investigações do Gaeco, o deputado Roberto Razuk Filho montou uma organização criminosa para assumir, na base da violência e de outros crimes, o controle do jogo de azar em Campo Grande, trazendo gente da região sul do estado, onde, segundo o Gaeco, a família de Neno tem ligação com a exploração do jogo do bicho.